São Paulo, quarta-feira, de dezembro de |
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Tuberculose atinge os desabrigados de Londres
MARIE-LUCE RIBOT
Embora o tratamento seja simples, é difícil evitar a sua propagação. Ela ataca os mais pobres, os que menos tomam remédios. Em Londres, 1 em cada 50 desabrigados sofre de tuberculose. Segundo organizações assistenciais, a taxa sobe vertiginosamente desde 1988. Nos últimos 30 anos, ela nunca foi tão alta. O número é duas vezes superior à media da Inglaterra e à do País de Gales. Pesquisa indica que o número de doentes cresceu 12% nos últimos cinco anos, principalmente nos bairros mais pobres. Cerca de 6.000 casos foram notificados em 1993 e a doença matou pelo menos 500 pessoas. ``A tuberculose acompanha a pobreza como uma sombra. Será mesmo uma surpresa vê-la reaparecer?", pergunta o médico Kenneth Citron, em relatório feito junto com a Crisis, organização assistencial que trata de desabrigados. Pesquisa encomendada pelo governo britânico indica que 13,9 milhões de britânicos viviam em 1992 abaixo do limiar da pobreza, contra 5 milhões em 1979. ``Diariamente mil famílias londrinas ficam sem teto. A pobreza, a superpopulação nos hotéis ou nos `bed-and-breakfast' (diária com café da manhã) de baixo nível, sujos e úmidos, são a causa do reaparecimento da tuberculose", diz Brian Millar, assistente social do King's Cross Homelessness Project, associação londrina de assistência a desabrigados. As entidades assistenciais acusam os médicos e o governo de serem passivos com a tuberculose. ``A tuberculose atinge na maioria das vezes homens acima de 50 anos e com problemas com álcool", diz o médico Citron. A Crisis explica para os desabrigados os meios de evitar propagação da doença. O governo não emprestou material de detecção à Crisis quando ela tirou chapas dos pulmões de desabrigados. A organização foi obrigada a alugar o equipamento de uma empresa particular ao preço de US$ 25 para cada teste. O governo britânico diz que o número de tuberculosos não aumentou. O número de profissionais que detectam a doença é que teria aumentado. Ele diz que a doença atinge mais aos asiáticos e africanos que chegaram ao país. Tradução Lise Aron Texto Anterior: Juristas denunciam situação Próximo Texto: Diretor do Magic vira ídolo Índice |
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