São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995
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Coração está tranquilo

PAULO RENATO SOUZA
ESPECIAL PARA A FOLHA

Apesar de meus recentes problemas de saúde, hoje vou assistir à decisão entre Grêmio e Corinthians.
Como bom gremista, assisti ao primeiro jogo (é verdade que ``entrei frio", para me poupar).
Mas espero que o jogo de hoje sirva, pelo menos, para derrubar o mito criado no centro do país de que o futebol do sul é violento.
Ao acompanhar jogos do Grêmio por rádios e TVs de São Paulo e do Rio, tenho a impressão de que estão se referindo a um time estrangeiro. Contra o Flamengo, o locutor de uma emissora de alcance nacional deixou escapar um ``nossa sorte é que fulano (do time do Rio, claro) está bem na cobertura". Nossa sorte, ora vejam!
Agora, a mídia do centro do país elegeu a violência como o pior defeito do futebol do Sul. Ocorre que qualquer estatística sobre número de faltas ou jogadas perigosas prova o contrário: a dureza no jogo e o abuso da violência atingem equipes de todas as regiões do país.
Falta objetividade à cobertura do futebol, que coloca o regional acima do sentimento nacional. Talvez isso aconteça até mesmo no Sul.
Vejo o Grêmio como um time bem armado, com um esquema eficiente. E, convenhamos, o Corinthians está longe de ser excepcional.
Olho por olho, sou mais o Grêmio. As duas equipes estão na final mais pela aplicação tática do que por um futebol brilhante. Mas o Grêmio tem o mérito de ter eliminado Palmeiras, São Paulo e Flamengo.
Apesar da desvantagem inicial, estou com o coração tranquilo -um simples 1 a 0 e somos campeões. Ainda arrisco um palpite: 2 a 0 para o timaço de azul.

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