São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995
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Vai ser uma vitória dura

FRANCISCO WEFFORT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Sou corintiano de família. É uma das heranças que recebi de meu pai. Embora eu agora acompanhe o futebol de longe, sempre vejo o Corinthians quando ocorrem grandes embates, decisões. Como essa final da Copa do Brasil, contra o Grêmio.
O momento em que eu mais me lembrei de ser corintiano de família foi em uma final do Brasileiro, nos anos 70. O time estava havia 20 anos sem ganhar títulos.
Os corintianos viajavam como nunca pelo Brasil para ver os jogos decisivos. Essa migração de torcedores pelo país fez renascer em mim a identidade corintiana.
Agora o Corinthians está bem e tenho esperança de que vença brilhantemente o Grêmio e se classifique para a Libertadores da América.
Naquele tempo, porém, a situação era difícil. Houve até uma frase famosa de dom Paulo Evaristo Arns, cardeal arcebispo de São Paulo e corintiano, que disse que ser corintiano é acreditar na vitória mesmo quando se sabe que tudo está perdido.
Ser corintiano é ter esperança. Era assim na época do meu pai e continua assim.
O Corinthians tem a qualidade de estimular a crença do povo de que ele pode vencer. De outro modo, o corintiano não teria possibilidade de continuar na luta.
O Corinthians também é visto como o time dos sofredores, mas não é bem assim.
O sofrimento existe sim. Está representado justamente nessa capacidade de acreditar no time mesmo nas situações mais difíceis.
Hoje é diferente. Confio no Viola, no Marcelinho, no time todo para consagrar a expectativa de vitória. Será um jogo duro. Não será a primeira vez que o time vencerá um jogo duro.

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