São Paulo, quarta-feira, 21 de junho de 1995
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Artista buscou fundir abstrato e figurativo

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Erramos: 21/06/95
A abertura da exposição de Antoni Tàpies na Dan Galeria será amanhã, para convidados, e sexta-feria, para o público, diferentemente do que informa a ficha técnica publicada à pág. 5-1 do caderno Ilustrada da edição de hoje.
Artista buscou fundir abstrato e figurativo
Exposição: Antoni Tàpies
Onde: Dan Galeria (r. Estados Unidos, 1.638, tel. 011/883-4600, Jardins)
Quando: abertura para convidados hoje, às 19h; para o público amanhã, até 15 de julho
Visitação: de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábados, das 10h às 13h
Preços: de R$ 1.800 a R$ 30 mil

Antoni Tàpies pertence a uma geração que surgiu na década de 50 com uma arte que pretendia se apropriar das conquistas do abstracionismo sem cair na frieza geométrica de parte dele.
Os ídolos dessa geração eram Kandinski, Klee e Miró. Ao contrário dos abstracionistas, eles não acreditavam que a arte pudesse prescindir de um grau representativo, de certo liame com a realidade, sem se tornar estéril.
À parte a opinião, não há dúvida de que essa tentativa resultou, esteticamente, numa linguagem original e rica. O que Pollock, Kandinski, Diebenkorn, Jasper Johns e Tàpies fizeram para a arte contemporânea não está no gibi -aliás, deveria estar nos livros de história com maior ênfase.
Como catalão, Tàpies deve a Miró um vocabulário de símbolos e grafismos de sua cultura e a dispersão deles sem hierarquias pelo espaço da tela. Foi em 1945, no ano em que fundou o grupo Dau al Set com Brossa e outros, que conheceu seu mestre.
Foi amigo também de Picasso, a quem conheceu em 1951, dois anos antes de ser premiado na 2ª Bienal de São Paulo. Depois, é consagrado. Passa a dividir seu tempo entre Barcelona, Paris e Nova York, onde conhece os expressionistas abstratos.
É nesses anos (1954-1967) que forja seu estilo, acrescentando ao informalismo (a pintura de formas livres, que prega o uso da intuição) uma composição aparentemente desordenada de signos típicos (cruzes, espirais, olhos, pés e mãos) e materiais diferentes (areia, argila, palha).
Tudo pode ser visto na Dan Galeria, em algumas obras-primas da gravura contemporânea.
(DP)

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