São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Especialista sugere terceirização de serviços

AZIZ FILHO
DA SUCURSAL DO RIO

O Reino Unido vem promovendo, desde 1979, uma das mais radicais reformas da administração pública neste século, que inclui desde a privatização de suas indústrias de grande porte à terceirização dos serviços públicos.
Uma equipe que assessorou a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher durante a reforma participou de um seminário sobre flexibilização da gestão pública, encerrado anteontem, no Rio.
Uma das maiores especialistas no assunto é a consultora Kate Jenkins, ex-chefe da Divisão de Eficiência de Thatcher. Em entrevista à Folha, Jenkins disse que a miséria não impede a modernização da administração pública.
Folha - Em países do Terceiro Mundo, com indicadores sociais tão graves, a terceirização não seria traumática?
Kate Jenkins - Tudo depende de como você procede. No Brasil, o setor privado é muito competente e capaz de passar a fazer outras coisas. A terceirização não significa que as pessoas tenham de passar a pagar pelo serviço. Em vez de o governo ter um grupo de pessoas para fazer uma coisa, contrata outros para o serviço.
É como se uma rua não fosse construída pela prefeitura, mas por uma construtora particular. Se você usa a rua, o importante é que a rua exista.
Folha - De que setores partiu a maior resistência às reformas britânicas?
Jenkins - Das municipalidades. As prefeituras estavam acostumadas a administrar tudo diretamente. Foi muito difícil aprender a fazer as especificações para as licitações. Isso foi há dez anos. Hoje, a terceirização é encarada como uma boa maneira de fazer as coisas. A experiência nos ensinou.
Folha - Quanto tempo demorou o processo de reformas?
Jenkins - Ele começou em 1979 e ainda não acabou. É um processo que nunca termina.

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