São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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BC alivia condições para a renegociação de dívidas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo autorizou ontem o parcelamento de dívidas atrasadas de cartões de crédito e facilitou a renegociação de débitos inadimplentes com o cheque especial e empréstimos bancários.
Os débitos com cartões de crédito poderão ser parcelados em até três vezes, desde que estejam registrados em faturas emitidas até o último dia de maio. Antes, qualquer parcelamento de dívida de cartão de crédito era proibida.
As dívidas com cheque especial e crédito pessoal poderão ser parceladas em prazo, conforme acerto entre devedores e credores. A nova regra vale apenas para dívidas em atraso até o dia 31 de maio.
Antes, o Banco Central permitia a renegociação de dívidas que estivessem em atraso no dia 30 de abril. Exigia, no entanto, que a dívida estivesse registrada como inadimplência na contabilidade do banco ou em processo de cobrança judicial.
As demais dívidas só podiam ser renegociadas pelo prazo de 90 dias, ou seja em três parcelas mensais. A decisão não estabelece limitação de prazo.
Pela nova medida, basta que o pagamento da dívida esteja atrasado. Isso beneficiará especificamente as dívidas com cheque especial.
A renegociação das dívidas vencidas durante o mês de maio ficarão sujeitas ao depósito compulsório de 10% do valor do empréstimo no BC. A medida existe para todos os empréstimos.
``Grande parte das dívidas de cheque especial não é registrada na contabilidade dos bancos como inadimplência", disse ontem o diretor de Normas do Bc, Cláudio Mauch.
A negociação das dívidas deve ser feita caso a caso entre o devedor e o banco. O governo apenas permitiu a negociação das dívidas.
``Temos consciência de que o volume de inadimplência está muito grande", disse ainda Mauch. ``Há um reclame de todos os setores".
Malan
Reunido ontem com as bancadas do PMDB e do PFL no Congresso, o ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse que o governo vai fazer a ``desmontagem do sistema" que está desaquecendo a economia. ``Mas não posso marcar data nem fixar dia", acrescentou, sinalizando que continuará usando os juros altos como um dos instrumentos para controlar a inflação.
O ministro foi ao Congresso para tentar convencer os parlamentares a votar contra o projeto que tabela os juros em 12%.

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