São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995 |
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STF interrompe julgamento do caso Diniz
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O STF (Supremo Tribunal Federal) deve concluir apenas em agosto o julgamento do recurso proposto pela defesa dos sequestradores do empresário Abílio Diniz, pedindo que o crime seja considerado político.O julgamento foi interrompido ontem porque o ministro Marco Aurélio pediu tempo para estudar melhor o caso. Antes do pedido de Marco Aurélio, dos 11 ministros, quatro (Sepúlveda Pertence, Maurício Corrêa, Ilmar Galvão e Francisco Rezek) tinham se pronunciado -todos contra os sequestradores. O julgamento foi adiado para o próximo semestre por causa do recesso de julho. O empresário Abílio Diniz foi sequestrado em dezembro de 89. Com o recurso, os sequestradores -cinco chilenos, dois canadenses, um brasileiro e dois argentinos- querem que o processo vá para a Justiça Federal. Isso anularia a sentença anterior, de 28 anos de prisão para cada um. Em um novo julgamento, eles poderiam ser condenados a no máximo 12 anos. A defesa alega que o sequestro tinha o objetivo de obter fundos para partidos de esquerda da América Latina. Relator do caso e presidente do STF, Sepúlveda Pertence reconheceu o passado político dos sequestradores, mas disse que isso não era suficiente para caracterizar crime político. Apesar do voto contrário, o presidente do STF e o ministro Francisco Rezek consideraram a pena de 28 anos excessiva. Rezek chegou a afirmar que a atividade política dos condenados não poderia ser confundida pela Justiça com o interesse exclusivamente financeiro dos sequestradores comuns. Apoiados nessas declarações, os sequestradores vão encaminhar habeas-corpus ao STF pedindo que a sentença de 28 anos de prisão seja revista. Eles estão presos no presídio do Carandiru (SP). O Chile e o Canadá já pediram ao Palácio do Planalto que expulse os sequestradores. Se expulsos, os eles ficarão livres em seus países. O presidente Fernando Henrique Cardoso recebeu carta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados pedindo também a expulsão. Texto Anterior: Sindicato discute greve de agentes Próximo Texto: Assassinato de prefeito pode ter sido político Índice |
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