São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Empresários querem governo nas estradas

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Empresários do setor de transportes e da construção pesada consideram que a Lei de Concessões é insuficiente para resolver os problemas das estradas, ferrovias e hidrovias brasileiras.
A partir desta lei -já sancionada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso-, o governo federal quer repassar à iniciativa privada o gerenciamento e a exploração do setor de transportes em todo o país.
``É uma falácia esperar que os problemas de transporte no país serão resolvidos a partir da Lei de Concessões. Sem investimentos públicos, nenhum empresário vai assumir a responsabilidade sobre o setor", disse ontem o coordenador do Fórum Permanente de Debates da Construção Pesada, Tibério Gadelha.
Para Gadelha, os empresários só se interessam por concessões em rodovias que tenham tráfego diário de 20 mil veículos.
Ele citou os exemplos das rodovias Rio-SP, SP-Curitiba, Rio-Petrópolis e Porto Alegre-Osório. Até agora, só foi assinado o gerenciamento e exploração da ponte Rio-Niterói. ``O capital tem um vício de origem: só vai para onde tiver retorno seguro e garantias de rentabilidade."
Os empresários do setor de transportes estão trabalhando no Congresso para que seja recriado o Fundo Nacional de Transportes, que recolheria cerca de R$ 8 bilhões por ano e destinaria estes recursos para a reconstrução e manutenção da malha viária do país.
Para as rodovias, especificamente, Gadelha defende que o fundo destine até 60% do total arrecadado. O dinheiro também seria destinado para novas obras. Gadelha ressalta que o Fundo Nacional de Transportes deve ter uma gestão divida entre governo, Congresso e empresários do setor.

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