São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Tarifa deve levar inflação a 3%

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Os aumentos de tarifas públicas -água, gás, ônibus, metrô e táxi- devem levar a taxa de inflação a cerca de 2,5% em junho e a mais de 3% Em julho.
O cálculo é de Heron do Carmo, coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
No mês passado, a inflação medida pela Fipe ficou em 1,97%. Na segunda quadrissemana de junho (período de 30 dias terminados em 15 de junho, com dados divulgados ontem), a taxa ficou em 2%.
“Se não houvesse o reajuste das tarifas, a tendência seria de queda da inflação”, afirma Heron do Carmo.
A Fipe calcula que os reajustes das tarifas públicas trarão um impacto de 1,87 ponto percentual, diluídos nos meses de junho e julho, nas taxas inflacionárias.
Isso signfica que, se os demais preços mantivessem o ritmo de 2%, a inflação ficaria em 3,87%.
Segundo Heron do Carmo, o impacto dos aumentos das tarifas (que começam a aparecer na inflação da terceira quadrissemana de junho) deve ser de 0,65 ponto percentual em junho e de 1,22 ponto percentual no próximo mês.
O reajuste da passagem do ônibus municipal tem o maior impacto na inflação -0,94 ponto percentual no índice.
O aumento da água e esgoto terá impacto de 0,39 ponto percentual no índice e o do gás, de 0,1%.
Alimento ainda segura
A taxa de 2% da segunda quadrissemana, divulgada ontem, mostra uma tendência de estabilidade em relação ao 1,99% da primeira quadrissemana.
Esta estabilidade, diz Heron do Carmo, foi causada pela queda dos gastos com alimentação, vestuário e mensalidades escolares e, de outro lado, pelo repique dos preços dos aluguéis (que subiram 0,39 ponto percentual da primeira para a segunda quadrissemana).
Os preços da alimentação tiveram variação negativa de 0,86% na segunda quadrissemana. Na primeira, os alimentos tiveram redução de 1,10% nos preços.
Nos alimentos “in natura”, os preços cairam 5,99% na segunda quadrissemana, contra a queda de 7,22% da primeira.
“A tendência de queda dos preços dos alimentos está se reduzindo”, diz o coordenador da Fipe.
No caso dos aluguéis, que desde o início do Plano Real estão pressionando o índice para cima, Heron do Carmo diz que a tendência de alta deve continuar até agosto.
Ele lembra que em julho, com um ano de Real, os contratos de moradia terão novos reajustes.

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