São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Clarinetista traz nova leitura do classicismo

IRINEU FRANCO PERPETUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Concerto: Antony Pay, clarinete, e Camerata Maksoud Plaza
Quando: hoje, às 21h, e domingo, às 17h
Quanto: de R$ 10 a R$ 30, hoje; de R$ 6 a R$ 20, domingo
Master class: sábado, das 9h às 12h
Inscrições: Interarte (tel. 011/574-8788)
Onde: Teatro Maksoud Plaza (al. Campinas, 150, tel. 011/253-4411)

O clarinetista Antony Pay quer mostrar em São Paulo, onde faz duas apresentações e uma ``master class", uma nova leitura do classicismo. ``A principal questão na interpretação da música clássica não é como tocar, mas como ler", diz.
``É necessário ler a peça de acordo com as convenções da época. Mozart não escreveu tantos crescendos e diminuendos como há nas partituras de hoje. Naquele tempo, mais importante que a dinâmica era a estrutura do compasso e a maneira como ela interage com a harmonia e o fraseado."
O clarinetista diz não ter grandes problemas para passar estes conceitos para os músicos da Camerata Maksoud Plaza, com quem vai se apresentar. ``Muitos deles já dominam essa técnica", diz. ``A única barreira é a língua inglesa, que nem todos entendem."
Quando o assunto é classicismo, Pay sabe do que está falando. Tocou com os principais conjuntos do gênero, como a Academy of St. Martin-in-the-Fields, Orchestra of the Age of Enlightenment e Academy of Ancient Music, com a qual esteve no Brasil em 94.
Neste ano, traz clarineta moderna e ``de época" para tocar o concerto de Stamitz e o quinteto de Weber (em versão para orquestra de cordas). Além disso, rege a Camerata Maksoud Plaza no ``Divertimento K 137", de Mozart.
``A regência não é a minha atividade principal, mas gosto de dirigir orquestras como convidado."
Além dos concertos de hoje e domingo, Pay dá uma ``master class" de clarinete para estudantes de música no sábado.

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