São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Sequestro de avião no Japão acaba após 15 horas

DA REDAÇÃO; COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS;

A polícia japonesa encerrou o sequestro de um Boeing 747 da All-Nippon Airlines, com 365 pessoas a bordo, após 15 horas. O sequestrador, que agiu sozinho, foi preso. Seu nome havia sido revelado até as 19h30 de ontem.
Uma passageira ficou ferida durante a operação de libertação. A All-Nippon Airlines informou que havia 11 estrangeiros entre os passageiros, entre eles Heikki Martikainen, considerado o "Papai Noel oficial" pelo governo da Finlândia (leia texto abaixo).
A companhia não identificou brasileiros a bordo da aeronave.
Ao pousar em Hakodate, o sequestrador exigiu que o avião voltasse a Tóquio, de onde havia partido. Ele não fez exigências e disse que começaria a negociar tão logo chegasse à capital japonesa.
Os passageiros foram amarrados. Inicialmente, integrantes da tripulação disseram por rádio que o sequestrador seria membro da seita Aum Shinrikyo (Ensinamento da Verdade) e exigia a libertação do guru Shoko Asahara.
A seita é acusada de ter lançado gás venenoso no metrô de Tóquio, matando 12 pessoas e intoxicando mais de 5.000 em março, motivo pelo qual Asahara está preso.
A sede da seita negou ligação com o sequestrador. Seu porta-voz, Fumihiro Joyu, se ofereceu para negociar.
Mais tarde, o sequestrador negou pertencer à Aum Shinrikyo e disse que tinha Aids. Ele atuava sozinho e estava armado com um picador de gelo.
Ele dizia possuir explosivos capazes de destruírem o avião, o que não foi confirmado pela polícia.
A ação contou com 50 agentes, durou três minutos minutos e aconteceu logo antes de amanhecer (tarde de ontem no Brasil). O sequestrador foi ferido na testa.
O primeiro-ministro Tomiichi Murayama disse ter ordenado o início da operação às 3h, depois que o piloto passou mensagens desesperadas pelo rádio.
Durante a operação, cinco ambulâncias, dois carros de polícia, dois de bombeiros e dez ônibus foram levados para a pista de pouso. Os agentes usavam máscaras à prova de gases tóxicos.

Colaborou a Redação

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