São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Obra de Kafka escapou da fogueira

SILVIO CIOFFI
DA REDAÇÃO

Originário de uma família judia, Franz Kafka (1883-1924) é um autor tcheco de língua alemã. Hoje considerado um escritor importante, Kafka só foi reconhecido em vida por um grupo restrito de amigos e intelectuais.
E foi graças a um deles, Max Brod, que sua obra, publicada postumamente, não desapareceu.
Kafka teve existência atormentada e, em testamento, pediu que Brod queimasse seus escritos.
Desatentido o desejo do autor de ``O Processo", ``A Metamorfose" e ``América", o mundo pôde conhecer a obra kafkiana, que mistura sonho e realidade, descrevendo personagens impotentes para vencer a organização social.
Formado em direito, Kafka viveu a rica movimentação intelectual de Praga no início do século e morreu em Kierling, nos arredores de Viena (Áustria).
Sua obra, marcada pela dúvida e desespero, é considerada precursora do existencialismo e foi lida com voracidade pelos surrealistas.
O escritor morreu antes da Segunda Guerra (1939-1945), mas há quem veja sua ficção visionária como antecipação do totalitarismo.
Sob o nazismo, exemplares de seus livros foram para a fogueira, mas Brod se encarregou de divulgar a obra de Kafka na França, Inglaterra e EUA.
Suas três irmãs morreram em campos de concentração e os países de língua alemã só puderam ler sua obra depois de 1945.
(SC)

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