São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995 |
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Obra de Kafka escapou da fogueira
SILVIO CIOFFI
E foi graças a um deles, Max Brod, que sua obra, publicada postumamente, não desapareceu. Kafka teve existência atormentada e, em testamento, pediu que Brod queimasse seus escritos. Desatentido o desejo do autor de ``O Processo", ``A Metamorfose" e ``América", o mundo pôde conhecer a obra kafkiana, que mistura sonho e realidade, descrevendo personagens impotentes para vencer a organização social. Formado em direito, Kafka viveu a rica movimentação intelectual de Praga no início do século e morreu em Kierling, nos arredores de Viena (Áustria). Sua obra, marcada pela dúvida e desespero, é considerada precursora do existencialismo e foi lida com voracidade pelos surrealistas. O escritor morreu antes da Segunda Guerra (1939-1945), mas há quem veja sua ficção visionária como antecipação do totalitarismo. Sob o nazismo, exemplares de seus livros foram para a fogueira, mas Brod se encarregou de divulgar a obra de Kafka na França, Inglaterra e EUA. Suas três irmãs morreram em campos de concentração e os países de língua alemã só puderam ler sua obra depois de 1945. (SC) Texto Anterior: Vôos precisam de conexão Próximo Texto: Organização encoraja o turismo homossexual Índice |
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