São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 1995
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Arrumar as malas é uma ciência obscura

Saber combinar as peças evita equívocos fashion

DA REDAÇÃO

Fazer e refazer malas tantas vezes acaba conferindo aos habitantes do planeta fashion especial habilidade nessa ciência tão obscura.
Ainda é preciso compor looks que não façam feio diante de platéia tão especializada e que segurem estadas fora de casa que às vezes atingem 40 dias. Quem dá conta de ficar todo esse tempo ab-so-lu-ta-men-te ``na moda"?
Para isso, truques de viagem se acumulam ano a ano, em peças combináveis entre si. No dia-a-dia o resultado é a variação de modelos -às vezes a sensação é a de usar a mesma roupa todos os dias.
O talento para criar combinações evita os equívocos fashion que, a cada temporada, ficam mais raros. Quem nunca pôs na mala uma peça de roupa que, durante a viagem, sequer será tocada?
``Nunca errei", gaba-se a estilista da marca Equilíbrio, Marcia Gimenez, que, com apenas ``uma mala de bom tamanho" dá conta de qualquer situação.
Ela recomenda que sejam colocados na mala um tailleur ou terno que não amasse, com uma calça ou saia extra; duas camisas e camisetas; mais um blazer. E ter em mente o que é que vai fazer na viagem em termos de programação.
É importante aparecer bem e todo mundo presta atenção aos modelos. Nas revistas especializadas, é alvo certo de reportagens o guarda-roupa dia-a-dia da editora da revista ``Vogue" América, Anna Wintour.
Entre os brasileiros não é diferente. Todo mundo se olha para conferir novas aquisições e suas etiquetas -o estilista Reinaldo Lourenço ganhou elogios na última temporada com seu casaco Comme des Garçons, enquanto o proprietário da marca Iódice, Valdemar Iódice, comparece aos desfiles bem sucinto, com seu indefectível blazer da grife Yohji Yamamoto.
Outra que investe no básico é a jornalista de moda Fabiana Kherlakian: ``Aprendi a levar pouca bagagem depois de pagar US$ 1 mil de excesso de peso no Japão".
Arrumar e desarrumar malas virou ``um inferno" na vida de Fabiana. ``Depois de passar seis meses viajando decidi me casar e ficar em um só lugar."
``Sou péssima para viagem. Eu levo tudo, até agulha e linha", rebate a modelo Virginia Punko. ``Minha bagagem é enorme, com mais uma mochila de mão em que não falta nunca um walkman."
Como a editora Regina Guerreiro, que carrega ``duas imensas malas" e mais uma sacola de sapato. ``Acho divertido", conta. ``Acho que são as pessoas cujo trabalho já implica em imagem e o pessoal faz cena mesmo".
``Tem muita pose no meio de moda", resume Fabiana.

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