São Paulo, sábado, 24 de junho de 1995
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Parlamento condiciona apoio a Ieltsin

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Parlamento russo marcou para 1º de julho a sessão que irá definir sua posição em relação ao governo de Boris Ieltsin e condicionou seu apoio à saída de três ministros responsáveis pela política em relação à república separatista da Tchetchênia.
A definição da data ocorreu dois dias depois que os deputados da Duma, assembléia que equivale à Câmara dos Deputados do Brasil, condenaram o governo russo pela ação na Tchetchênia.
Os russos invadiram a república em dezembro e, na semana passada, guerrilheiros tchetchenos ocuparam a cidade russa de Budennovsk, tomaram mil reféns e deixaram um saldo de 121 mortos no conflito.
Para evitar mais violência, Moscou concordou em deixá-los voltar para a Tchetchênia e cessou os ataques na república.
Anteontem, o presidente Ieltsin fez com que seu gabinete, liderado pelo primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin, entregasse um voto de confiança para a Duma votar em até dez dias.
A manobra obriga a assembléia a aprovar o governo ou, em caso de rejeição, enfrentar a dissolução do Parlamento e a antecipação das eleições de dezembro.
Isso porque a lei russa obriga essas medidas em caso de dois votos de desconfiança contra o governo em menos de três meses.
Ontem, a Duma aprovou um pedido formal de saída de três ministros-chave na crise da Tchetchênia: Pavel Gratchev (Defesa), Viktor Ierin (Interior) e Nikolai Iegorov (Nacionalidades).
Estrategicamente, a votação da censura ao governo foi marcada para o dia seguinte à reunião do Conselho de Segurança da Rússia, órgão que define políticas militares do país.
Nessa reunião, Ieltsin deve punir ministros e oficiais pela crise da Tchetchênia. Anteontem, ele havia dito que "rolariam cabeças" na reunião.
Com a indicação feita pela Duma, os parlamentares deixaram claro os ministros que querem ver demitidos para aprovar o governo na votação do dia 1º.
Ontem, os parlamentares recusaram uma proposta de impeachment do presidente russo, proposta pelos comunistas e apoiada por 150 assinaturas.
Em Grozni, capital da Tchetchênia, os negociadores russos e tchetchenos concordaram em ampliar o cessar-fogo que vigora desde que Moscou concordou em parar seus ataques para que os reféns de Budennovsk fossem soltos.

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