São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995 |
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Corte de contratos gera R$ 42 mi
CARLOS MAGNO DE NARDI
A terceirização -quando uma empresa é contratada para oferecer mão-de-obra ou prestar serviços em diversas áreas- foi intensificada nos governos do PMDB (1986 a 1994). Entre esses contratos, o mais famoso é o do Baneser (Banespa Serviços Técnicos e Administrativos S.A), que forneceu mais de 13 mil pessoas para o governo do Estado, autarquias e empresas estatais. Todos eles foram afastados do governo. Mas o Baneser é apenas a ponta do iceberg. Até o início deste mês, a Prodesp (Companhia de Processamento de Dados de São Paulo) identificou 4.579 contratos de terceirização, com um custo mensal de R$ 117,5 milhões. Entre eles, contratos para vigilância, limpeza, conservação, aluguel de equipamentos, locação de veículos e fornecimento de alimentação. Considerada pelo governo Covas como uma fonte de fraudes -principalmente na contratação de pessoal sem concurso público, uma determinação constitucional-, a terceirização foi revista. Foram renegociados 1.487 contratos (33% do total). Desse total, 732 foram encerrados. Na administração direta, os contratos de terceirização custavam, em janeiro de 95, R$ 26,9 milhões, R$ 4,8 milhões nas autarquias, R$ 7,3 milhões nas fundações, e R$ 78,5 milhões nas empresas estatais, segundo dados do governo tucano. A economia gerada (calculada em 31 de maio) com os cortes de contratos foi de R$ 4,6 milhões na administração direta, R$ 726 mil nas autarquias, R$ 3,3 milhões nas fundações, e de R$ 21 milhões nas empresas. A redução total foi de R$ 29,6 milhões, segundo dados da Secretaria de Governo. Na renegociação dos valores dos contratos, o governo conseguiu reduzir mais cerca de R$ 12 milhões. Com a metade do economizado seria possível, por exemplo, reformar 16 andares do Hospital do Servidor Público de São Paulo, fora de atividade desde 1987, com obras estimadas em R$ 20 milhões. ``Esses números demonstram o resultado líquido do esforço do governo. Isso foi uma tarefa que o governador assumiu. Nós estamos arrumando a casa, corrigindo para atingir as metas de diminuir as desigualdades sociais e melhorar o desempenho do Estado", diz o secretário de Governo, Antonio Angarita. O levantamento dos contratos e os cortes foram coordenados pelo governador, que recebeu durante os cinco primeiros meses relatórios periódicos da Prodesp. ``O governo não é contra a terceirização, mas ela foi uma prática abusiva e abundante", afirma Angarita. (CMN) Texto Anterior: Covas reduz déficit em R$ 2,2 bilhões Próximo Texto: Estado inicia privatizações Índice |
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