São Paulo, domingo, 25 de junho de 1995 |
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Saiba como é a escala
FERNANDO RODRIGUES
Há um buraco claro nessa estatística. A maioria diz haver racismo. Mas, na hora de assumir, poucos o fazem. Por isso, o Datafolha usou perguntas indiretas para identificar o comportamento e o discurso do brasileiro sobre preconceito de cor. Foram escolhidas 12 frases e proposições que podem revelar atitudes ou conceitos preconceituosos. As perguntas e suas respostas estão na página 4 deste caderno. Para cada resposta, o Datafolha atribuiu uma pontuação. No final, calculou-se uma média para cada um dos 5.081 pesquisados. O resultado desvenda parte do discurso e atitude do brasileiro em relação a negros. Uma arrasadora maioria (87%) dos não-negros manifesta-se de forma preconceituosa ao responder pelo menos uma das perguntas. ``Outras frases teriam resultado diferente. Mas não havia um padrão e nós tivemos de arbitrar", diz o sociólogo Gustavo Venturi, diretor do Datafolha. Criaram-se quatro categorias nessa escala do preconceito: 1) não manifesta preconceito; 2) manifesta um pouco de preconceito; 3) manifesta medianamente preconceito e 4) manifesta preconceito fortemente. Como o país não tem pesquisa científica sobre racismo com abrangência da realizada pelo Datafolha, não é possível dizer se o preconceito hoje é maior ou menor do que há cinco ou dez anos. A pesquisa do Datafolha cria um paradigma. No futuro, será possível dizer, cientificamente, se o brasileiro tornou-se mais ou menos preconceituoso. (FR) Texto Anterior: Pesquisa mostra como os brasileiros manifestam seu 'racismo cordial' Próximo Texto: `Preto é gente', diz absolvida por racismo Índice |
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