São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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Senadores querem aumento de salário

RAQUEL ULHÔA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os senadores estão pressionando a Mesa Diretora do Senado por aumento salarial. Os problemas financeiros pelos quais os senadores afirmam estar passando foram o principal assunto da reunião da Mesa na quinta-feira passada.
Os parlamentares dizem que não conseguem sobreviver com o salário mensal de R$ 8.000, reclamam do estado dos apartamentos em que moram de graça e dos carros do Senado.
O presidente da Mesa, José Sarney (PMDB-AP), ouviu as queixas e disse que não pode haver aumento salarial porque a Constituição determina que a remuneração seja fixada de uma legislatura para outra (artigo 49).
Mesmo inconstitucional, o aumento pode vir por meio de um jeitinho legal. O segundo vice-presidente, Júlio Campos (PFL-MT), defendeu a transformação de todos os benefícios -de quota de passagens aéreas a moradia- aos quais o senador tem direito em salário direto. Ele prometeu apresentar um estudo sobre a proposta.
Na reunião da quinta-feira, o assunto foi levantado pelo quarto-secretário, Ernandes Amorim (PDT-RO), que disse estar pagando seus advogados em parcelas e não ter dinheiro para contratar motorista particular em Rondônia.
Ele se defende de várias acusações, entre elas a de agredir um radialista em Rondônia.
``Estou extremamente preocupado com o desalento dos parlamentares, que não têm receita paralela", afirma o senador Ney Suassuna (PMDB-PB).
A situação de Suassuna é confortável. Ele é dono de um complexo educacional (Anglo-Americano) e tem outras fontes de renda.
Acaba de gastar R$ 12 mil do próprio bolso para reformar o apartamento funcional em que mora porque não teve paciência de esperar pela concorrência promovida pelo Senado.
Esse não é o caso, por exemplo, do senador Josaphat Marinho (PFL-BA), que tem dito aos colegas estar vivendo como monge, de forma austera. O salário de deputado e senador, com os descontos normais, cai para R$ 5.300 mensais.

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