São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995 |
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Maluf busca candidatura fora do PPR
CARLOS EDUARDO ALVES
Sem um candidato natural à sua sucessão com chance real de vitória, ele não esconde mais que sua prioridade agora é viabilizar a candidatura de alguém, que não precisa ser malufista de carteirinha. ``Até o dia 3 de outubro, poderemos filiar alguém", espera o prefeito. Maluf tem conversado com empresários e políticos na busca da solução, mas, até agora, o resultado é pouco satisfatório. Oficialmente, Maluf afirma que sua prioridade é acabar bem a administração. Mas, nas longas conversas com amigos e assessores, a conclusão é uma só: o candidato deve ser de fora. ``É verdade que o candidato pode até não ser do PPR", já admite o prefeito. Precavido, Maluf tenta, desde agora, desvincular o resultado da eleição municipal de 96 de sua sonhada candidatura presidencial, dois anos depois. ``Elegendo ou não o sucessor, depois de janeiro de 97, vou seguir atrás daquilo que todo mundo sabe que desejo", declara sobre sua candidatura presidencial. Na mesma linha cautelosa, já não repete a aposta no poder de transferir votos. Nas eleições de 94, Maluf afirmou que transferiria pelo menos 4 milhões de votos de paulistas para seus candidatos, Esperidião Amin (Presidência da República) e Luiz Antônio de Medeiros (governo de São Paulo). Ambos tiveram desempenho decepcionante. ``O limite de transferência realmente não é muito grande", reconhece o prefeito de São Paulo. ``Um candidato deve vencer por seus méritos e não depender de apoiamentos", acrescenta. Nos bastidores do PPR e de partidos próximos (PFL e PL), a movimentação política de Maluf é acompanhada com atenção, principalmente depois da colisão do prefeito com seu antigo aliado Romeu Tuma, senador por São Paulo, atualmente, sem partido. O senador, que acaba de deixar o PL, acusa Maluf de tentar inviabilizar sua candidatura a prefeito de São Paulo em 96. Maluf, publicamente, elogia o senador, mas cobra sua participação na ascensão política de Tuma. ``Fui uma boa alavanca para o Tuma, e ele só não foi nosso candidato a governador em 94 porque o PL não deixou", diz Maluf. O temor do líder do PPR é que Tuma se transfira para o PFL e, assim, fortaleça em São Paulo uma legenda contra a qual disputa o mesmo espaço ideológico. Texto Anterior: OUTRAS OPINIÕES Próximo Texto: PC insiste em jornal, agora com os Collor Índice |
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