São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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Esporte e drama

CIDA SANTOS

Quem assistiu não vai esquecer tão cedo o jogo de sábado entre Brasil e Cuba. A partida, com quase três horas de duração, entra para a galeria daquelas em que esporte e drama se misturam.
Quem melhor resumiu o que a vitória de sábado contra os cubanos significou para o time brasileiro foi o técnico José Roberto Guimarães: ``Saímos do sufoco".
Aquela partida era fundamental para as pretensões brasileiras de se classificar. Para um time que, na temporada passada, foi eliminado tanto na Liga como no Campeonato Mundial por Cuba, a história, às vezes, teima em se repetir.
Uma derrota poderia render ao jogo do dia seguinte um clima mais tenso e, por isso mesmo, sujeito a resultados desfavoráveis.
Não à toa, o atacante Tande resolveu seguir à risca a recomendação do técnico do Brasil, que pediu para os atletas não entrarem nas provocações dos adversários.
Depois, porém, era permitido fazer tudo. E Tande fez. Jogou tênis, joelheiras, tudo mais o que tinha direito para a torcida. Explicou o gesto com uma frase: ``Precisava extravasar".
Nestes 12 jogos da primeira fase, o Brasil sofreu com o fantasma de não conseguir se classificar em quadra para a fase final da Liga e com as contusões de Marcelo Negrão, Carlão e Max. Mas, por outro lado, também apresentou novos personagens em quadra.
Um exemplo: o levantador Leandro, que transformou de coadjuvante em principal o seu papel no tie-break de sábado.
Foram graças a duas defesas precisas dele que o Brasil conseguiu armar dois contra-ataques e garantir a vitória da equipe.
O Brasil termina também sua participação nesta etapa com um atacante dez.
Gílson é o jogador que mais bolas ``bateu" no torneio: uma média de 53 por jogo.
Com a árdua tarefa de substituir Marcelo Negrão, ele não vacilou. Agarrou a chance. No sábado, por exemplo, foi o melhor ``scorer" do time: marcou 16 dos 67 pontos assinalados pelo Brasil e ainda conseguiu 43 vantagens.
Entre as seleções, não há dúvida: a Espanha foi a sensação. O time desbancou favoritos e mostrou ao mundo Rafael Pascual, dono de uma média espantosa por jogo: dez pontos de ataque, dois de bloqueio e dois de saque.
Depois de 72 partidas, a Liga Mundial dá uma parada. Mas, a partir do dia 4, tem mais. As seis melhores seleções estarão em terras brasileiras na luta pelo título.

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