São Paulo, segunda-feira, 26 de junho de 1995
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Chope é turismo dos 'forasteiros'

NOELLY RUSSO
ENVIADA ESPECIAL A RIBEIRÃO PRETO

Muitos corintianos e um número um pouco menor de santistas começaram a chegar a Ribeirão Preto (319 km ao norte de SP) por volta das 11h de ontem.
Como era cedo para ir ao estádio e não dava tempo para conhecer a cidade, os forasteiros vestiram a camisa de turista e foram direto ao ponto.
Especificamente, ao Pinguim.
Trata-se do bar mais famoso da cidade. Fica no Centro e funciona em dois prédios -um à frente do outro.
O proprietário resolveu não fechar. A partir das 11h, torcedores, na maioria corintianos, começaram a chegar e pedir a especialidade da casa: chope.
Se a maioria dos torcedores era do Corinthians, os funcionários do bar representavam bem os quatro grandes times da capital que jogarão em Ribeirão.
João Pádua, 42, gerente do Pinguim 1, o mais tradicional, é corintiano. ``Hoje, vai dar Corinthians, 3 a 1, com dois gols de Tupãzinho", arriscava.
No posto mais importante do local, tirando chope, estava Wanderley Antonio da Silva, 38. Palmeirense, exibia o button do clube entre alvinegros.
Entre as mesas, Antonio Carlos Boguirelli, 42, são-paulino, e João Batista Carvalho, 39, santista, suavam para atender a todos os fregueses.
Em dias normais, o Pinguim vende cerca de 1.200 litros de chope. Até as 13h, já havia vendido 1.000. ``Hoje, chegaremos a 3.000 mil litros", previa Pádua.
Pela cidade, muitos moradores exibiam ``dupla nacionalidade". Havia os botafoguenses-corintianos, os botafoguenses-santistas, são-paulinos e palmeirenses.
No jogo, a maioria só não era corintiana, porque palmeirenses e são-paulinos resolveram torcer pelo Santos.
Uma explicação da preferência botafoguense é uma velha derrota para o Santos: 11 a 0, em 68.

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