São Paulo, terça-feira, 27 de junho de 1995
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PM diz que vai invadir presídio em SP

DA FOLHA VALE

O pelotão de choque da Polícia Militar de Taubaté vai invadir hoje a Penitenciária 1, de Tremembé (135 km a noroeste de SP). A informação foi confirmada pela Secretaria de Justiça e Administração Penitenciária.
Desde o início da tomada da penitenciária pelos presos, na madrugada do último sábado, a PM mantém 70 homens -armados com metralhadoras e espingardas calibre 12, nas muralhas.
A PM fará uma vistoria na penitenciária, onde 680 presos rebelados ocupam dois dos três pavilhões do presídio.
Segundo guardas do presídio, os detentos estão armados com facas e estiletes. Não há reféns.
Ontem, o pelotão chegou a ocupar o presídio para tentar sufocar possíveis fugas.
A ação da PM foi iniciada às 17h20. Por volta das 18h, o pelotão deixou o presídio porque a possibilidade de fuga teria sido descartada pela direção.
Na ação foi empregado um grupo de atiradores de elite, com 40 policiais, que ocupou por 40 minutos pontos estratégicos na penitenciária.
Segundo Clarindo Sales de Abreu, assessor do secretário de Estado da Administração Penitenciária e Justiça, Belisário dos Santos Júnior, a vistoria da PM será para verificar se existem túneis e armas com os presos.
O secretário do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Fábio Moutinho, 22, disse que estão previstas também as transferências de 200 detentos e a interdição de um dos pavilhões do presídio, destruído na última rebelião, em março deste ano.
O diretor do presídio, Tito Lopes, não quis se pronunciar.
Rebelião
A rebelião em março foi a mais longa na história do Estado. Ela durou 94 horas. Cerca de 700 presos mantiveram como reféns 37 pessoas (oito crianças).
O secretário da Justiça e Administração Penitenciária do Estado, Belisário dos Santos Júnior, responsabilizou os agentes penitenciários pelos motim.
Os agentes entraram em greve no sábado e teriam abandonado o presídio, segundo Santos Júnior.
O Estado pediu abertur de inquérito policial e determinou a abertura de sindicância administrativa para apurar o possível abandono de serviço.

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