São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Governo barra projeto de juro de 12%

GABRIELA WOLTHERS; SILVANA QUAGLIO
DA SUCURSAL DA BRASÍLIA

A Câmara derrotou ontem o requerimento que pedia urgência para a votação do projeto que limita em 12% os juros reais (acima da inflação) ao ano. Com isso, o governo não corre mais o risco de as taxas de juros serem tabeladas pelo Congresso neste ano.
Para garantir a vitória, o governo fez acordo com a bancada da Amazônia (leia texto na página 8).
A oposição precisava de 257 votos no plenário para aprovar o requerimento, mas conseguiu apenas 147. Do total de 454 deputados, 297 votaram a favor do governo. Houve 10 abstenções.
A bancada governista registrou 49 dissidências -28 do PMDB, 7 do PPR, 6 do PSDB e 4 do PP. PTB e PFL tiveram dois votos contra o governo cada. O PL foi o único partido governista a não ter dissidências.
O governo também agiu para garantir que nenhum outro requerimento de urgência seja apresentado na Câmara.
O líder do PSDB no Senado, Sérgio Machado (CE), apresentou uma emenda para que seja retirado da Constituição o dispositivo que limita em 12% os juros anuais.
O presidente da Câmara, deputado Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), afirmou que não aceitará outros requerimentos até que a emenda seja votada.
Com a derrota da urgência, que estava em discussão na Câmara nas últimas três semanas, o projeto será encaminhado agora à Comissão Especial do Sistema Financeiro da Câmara.
Já há um acordo entre os governistas para que a comissão não encerre seus trabalhos até que o plenário vote a retirada do tabelamento dos juros da Constituição.
``Não votamos mais essa matéria neste ano e espero que nunca mais", disse ontem o líder do PFL na Câmara, deputado Inocêncio Oliveira (PE).
Contando votos
Os líderes governistas passaram o dia contando os votos de suas bancadas para ter certeza que o requerimento seria rejeitado.
Às 15h, se reuniram com o presidente Fernando Henrique Cardoso no Palácio do Planalto. Informaram que a oposição teria, no máximo, 200 votos.
Malan, por sua vez, passou a manhã no Congresso e argumentou com os governistas que seria extremamente danoso se a questão ficasse pendente durante o mês de julho -quando o Congresso entra em recesso.
(Colaborou Silvana Quaglio, enviada especial a Brasília).

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