São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Tempo e paciência

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

O aniversário do Real, um ano de êxito, vai se refletindo em segurança, no governo, na economia, no país, e também na ``performance" de Pedro Malan na televisão.
Há poucos meses, um seu pronunciamento em cadeia de televisão constrangeu o país. Ontem, falando aos deputados e às câmeras das redes todas, ele parecia outro.
É a imagem do Plano Real, um ano depois.
Passada a eleição, passados Ricupero e a parabólica, Ciro e as importações, as primeiras emendas e os ruralistas, e os petroleiros, e os juros de 12%, o Real não caiu.
A imagem é de modorra, de mesmice, de falta de assunto, finalmente. Até nas opiniões do governo, sempre repetitivas, como era o caso do ministro Pedro Malan, ontem:
- Os juros declinarão, ainda que de forma gradual, ao longo do futuro, e isso é sinalizado pelos mercados futuros.
- O Brasil necessita de uma expansão nas telecomunicações e na energia elétrica. O setor público não tem condições de realizar essa expansão.
- Não tem mágica, salvador da pátria, varinha de condão. Demanda tempo, paciência, persistência e perseverança.
São declarações que parecem ter sido feitas pela primeira vez há meses, anos até. Na mesma Globo, no mesmo SBT, na mesma Manchete. Nada mais seguro e chato, afinal.
O paulista
Pelo jeito, o ministro José Serra não sai tão cedo de São Paulo, como candidato.
No Onze e Meia, ele ouviu muito sobre o seu ``bairrismo". Primeiro, foi perguntado sobre ``proteção à indústria paulista" no caso das importações:
- Isso é tolice. É bobagem. O que interessa mais a uma montadora? É importar. Você ganha uma fortuna importando. É o que estava acontecendo: muitos investimentos seguindo para outros lugares, para de lá exportar para o Brasil.
``Outros lugares", no caso, é a Argentina. Uma outra questão foi sobre o conflito com Malan, causado porque ``a equipe só tem gente de São Paulo":
- A minha equipe não é paulista. Tem gente do Ceará, do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Brasília.
Argumente o quanto quiser, o rótulo, ao que parece, pegou. Paulo Maluf, que passou pelo processo, explica.

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