São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Militar é acusado no Rio de vender armas ao tráfico

DA SUCURSAL DO RIO

O coronel aviador reformado Latino da Silva Fontes, 64, foi preso anteontem no Rio pela PF (Polícia Federal) com 1.500 caixas de munição para fuzis AR-15 e AK-47. Ele foi autuado em flagrante por contrabando.
Segundo a PF, o coronel seria um dos maiores fornecedores de armas e munição para traficantes do Rio. Essa foi a maior apreensão de munição já feita no Estado.
A mercadoria, com peso total de 400 kg, teria entrado no país pelo porto de Santos (SP). São 30 mil balas importadas de Miami (Estados Unidos), segundo a PF.
Desde ontem, Fontes está detido no 3º Comar (Comando Aéreo Regional), no centro do Rio.
O portuário Rubernil Thomaz da Silva, 40, que seria segurança do militar, foi morto a tiros pelos agentes federais. Ele acompanhava o coronel e teria reagido à prisão.
Segundo a PF, parte da munição apreendida seria entregue a traficantes do morro da Providência (centro). Ontem, traficantes teriam obrigado lojas da favela a fechar, em sinal de luto por Silva.
A PF informou que as notas fiscais apreendidas com a mercadoria eram falsas -nelas, a munição seria rolamentos para carros.
A PF investigava o militar havia 45 dias. Anteontem, a PF o prendeu depois de ele ter retirado a munição em uma transportadora.
Foi a segunda prisão em flagrante de Fontes, que morava em Copacabana (zona sul) e tinha uma empresa de importação e exportação. Em 1989, o coronel havia sido detido sob acusação de contrabandear aparelhos de som.
Em nota oficial, o Ministério da Aeronáutica disse que, em 69, Fontes "foi réu confesso em uma investigação sobre "transporte de mercadorias da Zona Franca de Manaus sem devida legalização alfandegária, utilizando aeronave da Força Aérea Brasileira.

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