São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Faturamento do comércio em maio tem queda de 5,6%

MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas de aperto no crédito e as altas taxas de juros reduziram o faturamento do comércio varejista, segundo a Federação do Comércio do Estado de São Paulo.
Dados divulgados ontem pela entidade mostram que em maio -tradicionalmente, o segundo melhor mês do ano, por causa do Dia da Mães- o faturamento real do comércio na região metropolitana de São Paulo aumentou 1,16% em relação a abril.
Excluída a sazonalidade, o faturamento teve quedas de 5,6% sobre abril e de 6% sobre março.
Um dado preocupante, segundo a federação, é o que vem ocorrendo com os produtos não duráveis, cujo peso maior é o dos supermercados. Em maio, o faturamento caiu 7,85% e as vendas físicas, 5,96%. ``Parece que os consumidores estão comprando o mínimo necessário para a sobrevivência", conclui a federação.
Crédito
A recuperação do crédito dos consumidores inadimplentes (que não pagam em dia) deve aumentar no início de julho, com o pagamento dos salários de junho.
A previsão é do presidente da Associação Comercial de São Paulo, Elvio Aliprandi, com base no movimento do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito).
Na semana passada, a Associação Comercial facilitou a renegociação das dívidas entre as lojas e os clientes em atraso.
Aliprandi diz que a partir desta segunda-feira aumentou o número de pessoas que procuram o SCPC para ver se seus nomes estão incluídos na lista de maus pagadores. Agora, cerca de 1.200 pessoas por dia procuram o serviço, contra 800 a 1.000 até o final da semana.
Em maio, 144,2 mil compradores deixaram de pagar em dia as prestações do crediário. Apesar da queda de 41,3% em relação a abril (245,5 mil), os 144,2 mil representam aumento de 130,7% sobre os 62,5 mil de maio de 94.
Aliprandi diz que ``o brasileiro não é caloteiro e quer pagar o que deve". Para isso, é preciso adequar o orçamento de cada um, diz.
Segundo Aliprandi, os números das renegociações devem sair dentro de dez dias. É que, primeiro, a renegociação é feita entre a loja e o cliente. Depois de paga uma prestação, o nome do cliente é enviado ao SCPC para ser retirado da lista dos maus pagadores.

Texto Anterior: Porto reduz tarifas para setor calçadista
Próximo Texto: Mensalidade de seguro-saúde sobe em julho
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.