São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995 |
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Delfim e Conceição se aliam contra o Real
GUSTAVO PATÚ; ALBERTO FERNANDES
Ambos arrancaram gargalhadas da platéia que assistia ao seminário ``Um Ano do Real -Avaliação e Perspectivas", promovido pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara. ``Enquanto estamos aqui falando do risco de recessão e perda de dólares, o governo já deve ter gasto R$ 60 mil em publicidade do plano", disse Delfim, que calculou em R$ 1.000 por minuto o gasto oficial em propaganda. Retomando a seriedade nos discursos, Conceição e Delfim -que são economistas de tendências políticas opostas- concordaram que o país está próximo de uma recessão, terá dificuldade em conter as importações e perderá bilhões de dólares em 1995. Os dois ironizaram o discurso oficial. Conceição disse ter escutado ``falácias bem educadas" do ministro Pedro Malan (Fazenda), que, 40 minutos antes, concluíra a abertura do seminário e saíra. A deputada mostrou dados -``que me deixaram histérica"- apontando que a importação de matérias primas cresceu 100% com o Plano Real e representa 50% da pauta de compras externas. E o governo, criticou, culpa as importações de automóveis, que representam 14% da pauta. Para Delfim, ``o Banco Central está enganando a sociedade" ao dizer que usa bandas (limites mínimo e máximo para as cotações) para o dólar. ``O que eles estão fazendo é desvalorizar o real de acordo com a inflação", disse. Outro mito, diz Delfim, é o de que as exportações brasileiras tiveram grande crescimento e mantêm a competitividade no exterior. Conceição previu US$ 25 bilhões em perdas de reservas em dólar este ano e atacou: ``Fui professora e amiga de todos eles (a equipe econômica), enquanto o Delfim é meu inimigo histórico. Mas tenho de dizer que o Delfim está certo e eles, errados". (Gustavo Patú e Alberto Fernandes) Texto Anterior: Mercosul: a minha versão Próximo Texto: Dívida externa mexicana é de US$ 147 bi Índice |
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