São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Time terá meio-campo 'japonês'

MÁRIO MAGALHÃES
DO ENVIADO A TERESÓPOLIS

Quando entrar em campo amanhã contra a Polônia, a seleção brasileira terá, pela primeira vez na história, um meio-campo integrado exclusivamente por jogadores radicados no Japão.
Os meias defensivos César Sampaio e Dunga e o meia Zinho atuam em clubes da J-League, a liga japonesa profissional.
Quando eles disputaram o Torneio da Inglaterra, no começo do mês, Dunga ainda era ligado ao clube alemão Stuttgart. Em seguida ao torneio, acertou a transferência para o Jubilo Iwata.
Se fosse considerado o sistema 4-4-2 para a seleção (goleiro, quatro defensores, quatro meias e dois atacantes), o meio-campo teria um jogador em atividade no Brasil.
O técnico Mario Zagallo não considera, porém, Juninho um meia tradicional, mas um meia-atacante, atleta com funções mistas que não integra nem o meio nem o ataque.
Zagallo acredita que fica difícil pensar a seleção brasileira hoje sem os ``japoneses".
Entre os 22 atletas que vão ao torneio, 6 vieram do Japão: César Sampaio, Dunga, Zinho, Ronaldão, Leonardo e Jorginho.
O principal motivo que levou os jogadores para aquele país é financeiro. Chegam a receber até US$ 200 mil por mês.
No Brasil, o maior salário é do atacante Romário, do Flamengo -US$ 62 mil a cada 30 dias.
Zagallo acha que cada vez mais haverá emigração de jogadores e técnicos para o Japão.
``No Oriente Médio, os salários baixaram. O melhor lugar para ganhar dinheiro é o Japão."
A consequência do êxodo é o crescimento da qualidade técnica do futebol japonês.
O bom campeonato local é um dos principais trunfos para o país abrigar a Copa de 2002.
O Japão disputa com a Coréia do Sul a indicação para país-sede. A decisão será da Fifa, entidade que dirige o futebol.
(MM)

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