São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Etiópia prende 8 suspeitos de atentado

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A polícia da Etiópia prendeu ontem oito pessoas supostamente ligadas aos terroristas que tentaram matar o presidente do Egito, Hosni Mubarak, anteontem na capital etíope, Adis Abeba.
Não foram dados detalhes sobre a nacionalidade dos suspeitos ou sobre os depoimentos. No ataque morreram dois terroristas e dois seguranças.
O ex-presidente do Sudão Jaafar Nimeiri acusou ontem o atual governo de seu país pela tentativa de assassinato contra Mubarak.
Nimeiri, que está exilado no Cairo desde que perdeu o poder, em 1985, visitou ontem Mubarak no palácio presidencial.
Durante a audiência, ele afirmou que o serviço de inteligência sudanês esteve em Adis Abeba dez dias antes do começo da reunião de cúpula da Organização da União Africana, onde Mubarak era esperado anteontem antes de ter seu carro atacado.
"O culpado é Hassan al Turabi", disse Nimeiri, referindo-se ao líder do partido Frente Nacional Islâmica que, mesmo sem cargos oficiais, é considerado o "governante" do Sudão.
Mubarak tem prestígio externo por sua mediação nos acordos de paz entre Israel, Jordânia e os palestinos. Em 1967, os israelenses tomaram territórios árabes no Oriente Médio e, com os acordos iniciados em 1993, começaram a desocupá-los.
Os muçulmanos fundamentalistas, que defendem um Estado religioso baseado nas leis islâmicas, são contra qualquer tipo de acordo com os israelenses.
O governo do Sudão reafirmou ontem que não teve participação no atentado. O Irã, principal país fundamentalista, também negou envolvimento.
No Egito, Hosni Mubarak enfrenta uma campanha terrorista islâmica. Ontem, três pessoas morreram e oito ficaram feridas em ataque de radicais no sul do país.
O presidente, que é criticado internamente pela violenta repressão aos radicais e pela restrição às liberdades políticas, afirmou ontem que não vai lançar nenhuma "caça às bruxas" no país.

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