São Paulo, quarta-feira, 28 de junho de 1995
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Cargos no Distrito Federal; Picaretas; Açaí

Cargos no Distrito Federal
``A Folha de S. Paulo de 24/6 publica, na pág. 1-8 e com chamada na Primeira Página, reportagem intitulada `Parentes de petistas ganham cargos no DF', pretensamente denunciando a existência de nepotismo no GDF (Governo do Distrito Federal). A matéria, assinada pelo repórter Lúcio Vaz, omite informações, distorce fatos e faz pré-julgamentos. Os critérios utilizados pelo GDF para escolha de seus auxiliares foram claros e transparentes: competência, probidade e sintonia com os princípios do governo. Não fez parte desses critérios ser ou não parente. Infelizmente, a matéria não cita -embora o repórter tenha apurado- que a maioria dos servidores citados já era funcionária do GDF antes da posse do novo governo. O atual governo nomeou 5.982 do total de cargos de confiança. Entre esses, existem 13 casos de parentes, próximos ou distantes, de outros integrantes do primeiro escalão ou de parlamentares que apóiam o governo. Alguns desses são funcionários concursados com longo tempo no GDF, como é o caso do sobrinho do governador -um militar de carreira que já deixou o cargo de confiança que ocupava. Outros, além de concursados, foram escolhidos dentro dos novos critérios para definição dos diretores de escola, como é o caso de Maria Sonia Pinheiro. Outros ainda são antigos militantes e profissionais que, coincidentemente, têm proximidade com pessoas que ocupam cargos importantes no governo."
Moacyr de Oliveira Filho, secretário de Comunicação Social do Governo do Distrito Federal (Brasília, DF)

``Entrevistado pela Folha no dia 21/6, afirmei o seguinte: desconheço as relações de parentesco dos componentes do GDF; meu filho, Carlos Álvares da Silva Campos Neto, diretor da Caesb, não foi por mim indicado; meu filho -que é graduado em Economia pela UnB, tem mestrado na Cope, em Economia Energética, é professor de duas faculdades particulares e está no final de carreira no Ipea- foi indicado, de início, para administrador da Candangolândia, em abaixo-assinado de seus moradores; por contingências que desconheço, foi indicado para a diretoria da Caesb; se os que me acusam de nepotismo tiverem currículo superior ao dele, seu cargo estará à disposição de quem for melhor credenciado; disse que Bresser Pereira e Nakano, em vez de organizarem uma administração pública impessoal, profissional e eficiente, ameaçam demitir 80 mil funcionários, enquanto os três escalões do governo federal são preenchidos por `administradores' que ajudam a empurrar o rolo compressor das reformas constitucionais; jamais falei que Max Webber foi adotado pelo PT."
Lauro Campos, senador pelo PT-DF (Brasília, DF)

``Entre os nepotistas da reportagem da Folha, segundo o texto, estou eu, pois minha esposa e uma filha ocupam cargos de confiança no GDF. Patrícia, minha esposa, é assessora no Instituto de Desenvolvimento Habitacional, e Cristiana, minha filha, é chefe de núcleo na Fundação Hospitalar do DF. Uma mera carta aos leitores não reparará o mal feito à minha honra e à minha integridade. Gostaria, porém, de prestar aos leitores da Folha algumas informações que dei ao repórter no dia 23/6, mas que ele me disse, no dia 25, não considerar importantes, daí tê-las omitido em seu texto: Patrícia é servidora do GDF desde 1978, quando exerceu a função de confiança de assessora na Fundação do Serviço Social. De 1982 a 1984, exerceu cargo de confiança no Grupo Executivo para o Assentamento de Favelas e Invasões. Está no Idhab desde 1984 e até 1987 exerceu outra função de confiança: chefe do Núcleo de Estudos e Pesquisas. É mestre em Planejamento Urbano. Cristiana assumiu o cargo de assistente básico de saúde em 1992, após aprovada em concurso público. Lotada no Hospital Regional da Asa Norte, é telefonista e assumiu, neste ano, a chefia do Núcleo de Serviços Gerais. Ambas são servidoras de carreira e têm méritos próprios. Expliquei ao repórter, e isso foi por ele mal contado, que Patrícia chegou a ser indicada, por colegas de área, para dirigir o Idhab, mas ela nem sequer admitiu discutir o assunto. Contei também que sugeri a Cristiana não aceitar a função de chefia porque poderiam atribuí-la não a seus méritos, mas ao fato de ser filha de uma médica conhecida que presidiu o sindicato da categoria e é deputada distrital. Cristiana aceitou a chefia, e eu respeito sua decisão."
Hélio Doyle, secretário de governo (Brasília, DF)

``Quero esclarecer que sou socióloga, cientista política e mestre em Planejamento Urbano. Sou servidora do GDF desde 1978 e da Sociedade de Habitações de Interesse Social (Shis, hoje Idhab) desde 1984. Não ganhei `cargo no GDF' por ser `parente de petista'. Não trabalho com meu marido, não fui indicada por ele, e os convites que recebi não foram feitos por ser casada com ele. Lamento o mau uso que a Folha faz da informação, desinformando os leitores. Lamento, principalmente, o mal que já está feito, pois, lançado o agravo, fica a dúvida."
Patrícia Maria M. Colela Doyle (Brasília, DF)

``Esclareci no dia 23/6 ao repórter Lúcio Vaz que Marta Maria Gomes de Oliveira, esposa do secretário Hermes de Paula, é funcionária concursada da Secretaria de Meio Ambiente (Sematec) desde dezembro de 1992 -três anos antes de seu marido tomar posse na Secretaria de Obras."
Antônio Carlos Queiroz, assessor de imprensa da Secretaria de Obras do GDF (Brasília, DF)

Resposta do jornalista Lúcio Vaz - Os funcionários mencionados na reportagem foram nomeados para cargos de confiança após a posse do governo petista. A prática da nomeação cruzada (o parente de um secretário é promovido por outra autoridade) é comum na administração pública. O PT do DF encara como normais procedimentos que condenava em administrações anteriores.

Picaretas
``A banda `Paralamas do Sucesso' foi proibida de cantar suas canções com base em que leis? `Trezentos picaretas com anel de doutor' é uma opinião de indivíduos de um país democrático e deve ser respeitada."
Alessandra Roberta Tamoyo (Guarulhos, SP)

Açaí
``Assinante que sou da Folha, costumo ler a coluna de Joyce Pascowitch, que, intencionalmente ou não, acabou por dizer coisas insensatas, atingindo a todos que vivem e labutam no Amapá e querem o bem do Estado. Refiro-me à notícia de 7/5, sob o título `Estilingue'. Chamar o nosso açaí de `gororoba' demonstra falta de conhecimento sobre a bebida. Ademais, a frase `senador pelo Amapá sofre' revela -é o que parece- uma alta dose de preconceito para com o nosso Amapá, além de ser profundamente deselegante."
Marcelo Porpino Nunes (Macapá, AP)

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