São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Líderes defendem restrição ao sexo na TV
CYNARA MENEZES
A Folha ouviu os líderes do PDT, PT, PC do B, PMDB, PL e PTB, o presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e outros deputados sobre o assunto. Só dois foram contrários à classificação por horário. ``A classificação das cenas de sexo e também de violência por horário de exibição é coisa de país civilizado", disse o líder do PDT na Câmara, Miro Teixeira (RJ). Nenhum líder defendeu, porém, a proibição pura e simples da veiculação de cenas de sexo, como quer o deputado evangélico Salatiel Carvalho (PP-PE), com projeto aprovado na Comissão de Educação. Os líderes do PT, Jaques Wagner (BA), e do PC do B, Aldo Rebelo (SP), concordam com o líder do governo, Luiz Carlos Santos (PMDB-SP), quando o assunto são as cenas ``quentes". ``Coisa doentia" ``Algumas cenas na TV mostram o sexo como uma coisa doentia, principalmente no Carnaval", disse Rebelo. ``Se não houver limite, vão exibir cenas que deformam a formação da criança e do adolescente". Para Luiz Carlos Santos, é preciso restringir o horário, porque ``não há como impedir uma criança pequena de ligar a TV". O líder do PMDB, deputado Michel Temer (SP), acha que as emissoras ``deveriam se autocontrolar, limitando as cenas mais fortes, especialmente por horários", disse Temer. O líder do PL, Valdemar Costa Neto (SP), foi o único a defender algum tipo de censura prévia na televisão. Ele defende a criação de conselhos de censura formados pela sociedade civil para analisar os programas antes de sua exibição. O presidente da Câmara defendeu a classificação por horário. ``As cenas de sexo têm que ser adaptadas aos horários próprios a adultos", disse Luís Eduardo. José Genoino e Jair Meneguelli, ambos do PT-SP destoaram. Meneguelli defendeu o lado ``educativo" da TV. ``Prefiro discutir as cenas de sexo com minhas filhas na TV do que saber que elas estão vendo outras coisas fora de casa", disse. Paralamas do Sucesso Os líderes de partidos na Câmara ouvidos pela Folha não concordam que a música do grupo Paralamas do Sucesso que critica o Congresso seja censurada. A música teve sua execução proibida pela Justiça no show que o grupo fez em Brasília na sexta-feira, 23, a pedido do deputado Bonifácio de Andrada (PTB-MG). Enquanto os líderes de ``esquerda" (PT e PC do B) defenderam a livre execução da música, parlamentares do centro e direita acharam que o assunto tem que ser resolvido na Justiça por meio de processo contra os autores. Texto Anterior: Governo terá um informe na Internet Próximo Texto: Paralamas vão à Justiça Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |