São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995 |
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Corpo 'some' em depósitos e exige busca de 4 horas
LUCIO VAZ
O deputado afirmou que levou quatro horas para achar o corpo de um parente no depósito de cargas do aeroporto. Um cunhado de Costa Neto, que havia viajado para os Estados Unidos, morreu no aeroporto de Miami, em 1993. O deputado conseguiu liberar o corpo nos Estados Unidos e voltou para Cumbica. Chegou ao aeroporto e foi ao gabinete do inspetor da Alfândega, Almir Teixeira Xavier, que ele mesmo havia indicado para o cargo. Em seguida, os dois foram para os depósitos. ``Passamos por quatro depósitos, durante quatro horas, até encontrar o corpo", afirmou Costa Neto. Dez dias mais tarde, Xavier foi exonerado do cargo. A proprietária de um escritório despachante que atua em Cumbica relatou à Folha, sem querer se identificar, que alguns funcionários do aeroporto chegam a misturar as cargas propositalmente para dificultar a sua localização. Os importadores e despachantes vão aos depósitos para pegar suas encomendas e não as encontram. Ela afirmou que já demorou seis horas para encontrar uma carga. Segundo seu relato, a desorganização acaba auxiliando a corrupção no setor. Funcionários cobrariam propinas para ajudar a encontrar a carga. A Polícia Federal abriu inquéritos nesta semana para investigar essas denúncias. A proprietária afirmou que a prática de corrupção é tão constante que os despachantes e importadores já deram até um apelido para esses funcionários do aeroporto -os ``rastreadores". (LV) Texto Anterior: Cargo foi 'negociado' durante impeachment Próximo Texto: Diretora ensina prevenção após afastar aidético Índice |
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