São Paulo, sexta-feira, 30 de junho de 1995
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`Almas Gêmeas" derruba mito da inocência

ZECA CAMARGO
EDITOR DA ILUSTRADA

Filme: Almas Gêmeas
Produção: Nova Zelândia, 1994
Direção: Peter Jackson
Elenco: Melaine Lynskey, Kate Winslet
Onde: a partir de hoje no Arouche A e Cinearte

Se você é um garoto de 13/14 anos, sua tendência natural é achar as meninas da mesma faixa de idade um pouco esquisitas. Se essas meninas são Pauline Reiper e Juliet Hume a tendência seria nunca mais querer se aproximar do sexo feminino.
Calma. ``Almas Gêmeas" não chega a ser um convite ao homossexualismo masculino. Muito menos uma sugestão ao lesbianismo -mesmo com cenas ``francas" e trechos do diário de Pauline sobre o amor entre elas.
A história (premiada em Veneza e Toronto no ano passado) é sobre perversão: um crime horrível que acabou acabou acontecendo por uma extrapolação exagerada da imaginação das duas amiguinhas.
Para os que defendem que criança ``crescidinha" tem sempre um elemento de maldade inerente, ``Almas Gêmeas" vai ser um estandarte. Para quem acredita na pureza dos adolescentes a produção é um aviso.
Para quem quiser um filme aterrorizante (não em efeitos sangrentos, mas na sutileza do mal), ``Almas Gêmeas" é simplesmente o melhor programa da temporada.
Com ótimas interpretações das personagens principais, o filme só peca pelo exagero no ``conto de fadas" de Pauline e Juliet. Para uma história de um crime real (pasme), pouca fantasia precisa ser acrescentada.

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