São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995 |
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Velhos craques, eternos apelidos
MARCELO FROMER; NANDO REIS
Não jogamos peteca nenhuma, confirmando, assim, que a máxima ``esse gol até eu fazia..." não passa de uma estrondosa besteira. A grande atração foi a presença dos craques convidados, um colírio para esse bando de pernas de paus atônitos com a categoria dos jogadores. Estavam lá Serginho `Chulapa', César `Maluco', Ademir da Guia, `o Divino' (que acabou não jogando), Paulo César `Caju', Edu `Bala', Luisinho `o Diabo', o `Super' Zé Maria e o `Prezado Amigo' Afonsinho. Olhando para aqueles velhos craques e pensando nas suas longas e ricas passagens pelo futebol, pudemos perceber que ali estava reunida a nata mais representativa de um dos aspectos mais tradicionais do futebol: sua capacidade de comprimir num único apelido as características básicas e fundamentais de um jogador e, quem sabe, até de toda uma época. Mas seria inconcebível imaginar que no truculento futebol dos dias de hoje coubesse em alguém a sonoridade doce e nostálgica do nome de um simples chocolate. Na Copa de 70, o escrete canarinho contava com o `Canhotinha de Ouro' Gérson, o `Curió' Rivelino, o próprio `Caju' e o `Furacão da Copa' Jairzinho. Apelidos com sabor de TV em branco e preto. Ainda poderíamos falar de Zico, o `Galinho de Quintino', a grande dupla corintiana `Doutor' Sócrates e `Casão' e inúmeros outros que no momento nos escapam à memória. Mas, para encerrar o artigo, vamos citar a curiosa batalha travada entre os artilheiros do recém-encerrado Campeonato Carioca. Num rasgo de imodéstia, disputaram o cetro de `Deuses da Cidade Maravilhosa' o sibilante Romário, o `Baixinho', Túlio `Maravilha' e Renato `Gaúcho', o grande vencedor, coroado com os louros do título. Só não poderíamos deixar de lembrar que no mundo da bola há um único e insubstituível rei, cuja coroa está definitivamente enterrada sobre sua cabeça. Para quem não se lembra, estamos falando de Pelé. Estreando a campanha sobre o que o torcedor pensa a respeito do dirigente do seu clube, o leitor Paulo de Tarso da Silva Nascimento, de São José dos Campos (SP), gostaria de saber de onde a diretoria do Flamengo tirou dinheiro para contratar Romário e Edmundo ``se até o ano passado tinha uma dívida de US$ 20 milhões". Cartas para esta coluna podem ser enviadas para a Editoria de Esporte, al. Barão de Limeira, 425, 4º andar, São Paulo, SP, CEP 01290-900. Marcelo Fromer e Nando Reis são músicos e integrantes da banda Titãs Texto Anterior: Após vitória, Santos volta a pensar na final Próximo Texto: Hora de decisão Índice |
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