São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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Hora de decisão

CIDA SANTOS

Chegou a hora da decisão da Liga Mundial. O Brasil estréia amanhã contra o mais imprevisível dos seis finalistas: a Bulgária.
Contra esse time, tudo depende do gigante Ganev, o rei do saque na Liga. Quando ele acerta a mão, é bingo. Nenhum outro jogador fez mais pontos do que Ganev no saque: exatamente 31.
Nestes tempos em que o saque comanda cada vez mais o vôlei, a Bulgária conta com mais um mérito. É o único time que tem dois jogadores entre os seis melhores sacadores da Liga.
Além de Ganev, o atacante Tonev aparece em sexto no ranking, com 18 pontos neste fundamento.
Quando o saque entra, a Bulgária torna-se uma adversária perigosa. O bloqueio passa a funcionar e o time é capaz de grandes vitórias como na fase final da Liga de 94, quando bateu a Holanda por 3 a 2.
Mas o saque, você sabe, é um jogo de risco. E quando não dá certo, os búlgaros também dão vexame, como na derrota por 3 a 0 para a Grécia, há nove dias.
Já a seleção brasileira parece estar reencontrando o seu jogo. Nas 12 partidas da fase de classificação, o que mais chamou a atenção foi a evolução de Gílson.
Ele aparece em quarto lugar no ranking dos atacantes, mas nenhum outro jogador bateu mais bolas na Liga do que o brasileiro: 610. Desse total, Gílson fez 72 pontos e conseguiu 311 vantagens.
Não por acaso, o capitão Carlão não economizou elogios ao companheiro. Disse que Gílson é hoje o melhor jogador do Brasil.
Ele acredita que Gílson será escolhido o melhor da Liga. Agora é esperar para ver se Carlão acerta a previsão, mesmo porque há fortes concorrentes, como o espanhol Rafael Pascual e o russo Fomin.
Cuba e Rússia devem fazer o jogo mais eletrizante de amanhã. De um lado estará Fomin, o segundo jogador que mais pontos fez na Liga: 132. Ele só perde para Pascual, com 172.
Pelo lado cubano estará Joel Despaigne, que parece estar voltando à velha forma. Também estarão frente a frente dois dos melhores bloqueadores do torneio: o russo Chatounov e o cubano Ihosvany Hernandez.
Tem também Coréia e Itália. Os coreanos são os azarões: muita defesa, mas pouca potência no ataque. A ``azzurra" está sem suas estrelas, mas tem Giani, Papi e mais uma turma de novos jogadores dispostos a mostrar serviço.
E, você sabe, quem não tem nada a perder, sempre é um adversário perigoso.

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