São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995
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Corinthians e quem?

JUCA KFOURI

A Portuguesa, que a maioria vê como finalista do Paulistão, não passou no grande teste que teve no campeonato. Até jogou melhor no primeiro tempo, enfrentando um Corinthians esfacelado pelas ausências de seus titulares em cinco posições. Os desfalques eram tantos que nem a Fiel acreditou muito, não fazendo a pressão que poderia lotar o que resta do Pacaembu. Pior: a Portuguesa tomou o gol quando o adversário tinha um jogador a menos e foi exatamente no segundo tempo que ficaram claras as diferenças entre o peso das camisas. O Corinthians partiu para cima, a torcida apoiou e mereceu vencer.
Nada está perdido ainda para o clube que ganhou os dois turnos do campeonato porque montou uma equipe bem estruturada por um técnico competente e de personalidade -além de ter seus principais adversários mais preocupados com outras competições. Mas o segundo teste vem aí: suportará a Portuguesa o trauma de uma derrota em momento tão importante?
Tem cheiro de bacalhau morrendo na praia.

O presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo Farah, mandou carta a esta Folha desmentindo que tivesse escrito à Editora Abril com a intenção de pressioná-la. Não tenho conhecimento da existência de tal correspondência, mas ele mente ao dizer na carta à Folha que ``não faz parte de nosso estilo de trabalho fazer pressões contra quem quer que seja". Tenho pelo menos um fax já esmaecido pelos anos, datado de 29 de janeiro de 1990 e endereçado ao dr. Roberto Marinho, no qual Farah estranha que a Globo tenha comprado os direitos de um campeonato que seu comentarista insistia em criticar. Levou de volta uma resposta da Globo na qual é informado que os departamentos comercial e de jornalismo da emissora eram independentes. E calou.

Texto de telegrama enviado por Pelé a Renato Gaúcho na semana passada: ``Já fiz gols de todo jeito, menos de barriga. Parabéns". O ministro, que é Vasco, virou Flu só por não querer ver campeão Kleber Leite, o presidente do Flamengo.

Com o Guarani recaindo em sua síndrome do Brinco de Ouro e com Ribeirão Preto parecendo estar condenada a só ver empates, fica difícil saber quem vai ser o adversário do Corinthians nas finais...

Ô Folha. Juca Kfouri, 45, não 46. Não basta?

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