São Paulo, segunda-feira, 3 de julho de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
`Pelo menos havia debate'
DANIEL PIZA
Hoje Leda acha que a pintura que surgiu entre 1983 e 1986, dando o nome à Geração 80, ``tinha um lado aventureiro" e rendeu poucas conquistas. ``Sobreviveram daquela geração bem menos pintores do que eu esperava." Mas ela não acha que o auê em torno daqueles jovens pintores seja o culpado. ``A arte agora saiu de moda. A moda é que está na moda. Outro dia ouvi dizerem brincando que, hoje, para vender, é preciso fazer um desfile no vernissage." Ela acha que nos anos 80 havia curadores, que promoveram a Geração 80, o mercado respondeu e havia debate crítico. ``As revistas de arte surgiram naquela época, hoje quase já não existem." Segundo ela, não houve continuidade. O mercado diminuiu, as revistas sumiram, a mídia se afastou. ``Se havia badalação, pelo menos havia debate também." Leda conta que em sua primeira exposição, ``A Pintura como Meio", em 1983, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, foi à noite de abertura achando que não iria encontrar muita gente lá. ``Achei que só fossem estar meu pai e minha mãe, mas havia uma população." Um fator decisivo que Leda aponta para esse sucesso, ao lado da capacidade de promoção dos curadores, é que os artistas jovens eram mais baratos. ``Nos EUA foi assim. Artistas como Keith Haring e David Salle começaram cobrando pouco, depois é que chegaram aos preços dos mais velhos." No Brasil os pintores eram mais velhos e caros, como Claudio Tozzi e Ivald Granato. Com a nova geração, os colecionadores e novos-ricos ganharam alternativa de investimento tentadora. (DP) Texto Anterior: `O que eles faziam em um ano, eu fazia em sete' Próximo Texto: Falta a voz de Billie Holiday em biografia Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |