São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Amazônia não é intocável, diz FHC

ANTONIO CARLOS SEIDL
DO ENVIADO ESPECIAL A CARACAS

O presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem no Congresso venezuelano que a Amazônia não é ``um tesouro intocável".
Ele anunciou que Brasil e Venezuela vão desenvolver projetos conjuntos de exploração de sua área fronteiriça na Amazônia.
O presidente brasileiro disse ainda que os dois países vão ``tocar com amor e de mãos juntas" suas riquezas na região.
FHC fez um pronunciamento em sessão solene conjunta do Congresso.
Disse que a Venezuela está sendo convidada para participar do projeto Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia).
``Para que o processo de integração regional entre nossos países se desenvolva de maneira ordenada, é preciso que se criem melhores condições de atuação para as autoridades brasileiras e venezuelanas na faixa de fronteira", disse.
Aplausos
O discurso de FHC, para um plenário lotado, foi interrompido por aplausos três vezes.
A primeira, quando homenageou, em nome de todos os brasileiros, os homens públicos e os cidadãos venezuelanos responsáveis pelo fato de a Venezuela ter sempre sido uma pátria de refúgio para tantos sul-americanos obrigados a deixar seus países, perseguidos por regimes autoritários.
A segunda, quando disse que o protocolo de intenções entre a Petrobrás e a Petróleos de Venezuela significa um marco nas relações entre os países.
E a terceira, quando disse que os brasileiros também reconhecem na figura de Simón Bolívar, herói da independência venezuelana, o estadista e o homem de ação que não deixou de buscar incessantemente para o continente sul-americano um sentido de identidade e um lugar entre os povos do mundo.
Ao sair do Congresso, FHC testou sua popularidade com uma caminhada, cercado por forte esquema de segurança, por um rua do centro de Caracas. Ele parou algumas vezes para cumprimentar pessoas que acompanhavam a movimentação das calçadas.
Pela manhã, FHC depositou flores no túmulo de Bolívar.
À noite, FHC foi condecorado pelo presidente Rafael Caldera com o ``Grande Colar da Ordem do libertador", na Casa Amarilla, a sede do Ministério das Relações Exteriores da Venezuela.
Hoje, FHC recebe o título doutor ``honoris causa" da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Universidade Central de Caracas.
(ACS)

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