São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Francisco de Oliveira, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP: ``Acho lamentáveis (as declarações). O presidente está realmente destruindo o honrado passado dele com ataques ressentidos contra gente com as quais ele esteve por muito tempo. Eu continuo de esquerda e não me acho nem um pouco burro. Sem a esquerda, o mundo estaria nas trevas".

Maria Vitória Benevides, professora de sociologia da Faculdade de Educação da USP: ``Eu me senti muito honrada porque estou em excelente companhia. Esse rompante quebra de vez a imagem que amigos e admiradores têm do presidente como um homem tão fino e tão culto. O melhor retrato do social-democrata FHC é a foto em que ele aparece dando R$ 1 para o ministro Adib Jatene resolver o problema da saúde. O fato de fazer brincadeira com uma coisa tão séria mostra insensibilidade social e moral do presidente. Do ponto de vista da democracia e da cidadania, é melhor ser burro".

Olgária Matos, professora do departamento de filosofia da USP: ``Por detrás das afirmações, está a perspectiva de que só o neoliberalismo avassalador, que provoca miséria crescente, é moderno e inteligente. A política neoliberal e tecnocrática é uma espécie de cegueira, na qual tudo é cálculo".

Jacob Gorender, historiador e professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP: ``Não fica bem um presidente recorrer a agressões insultuosas, ainda mais um intelectual como ele. O presidente já foi reconhecidamente um homem de esquerda. Será que a esquerda era inteligente porque ele era de esquerda e hoje é burra porque ele não é mais de esquerda?"

Fernando Gabeira, deputado (PV-RJ): ``Eu já defendi com clareza as posições que o FHC tem sobre as reformas. Mas me parece exagerado achar que, de um lado, estão os inteligentes e, de outro, os burros. Essas coisas sempre foram muito misturadas".

Marco Aurélio Garcia, secretários de Relações Internacionais do PT: ``A frase revela a personalidade e a postura arrogantes do presidente da República".

Jandira Feghali, deputada (PC do B-RJ): ``Para ele, referência de inteligência é o PFL. A cada votação importante, ele fica mais refém desse fisiologismo inteligente".

Cidinha Campos, deputada (PDT-RJ): ``Qualquer idiota se sente esperto quando iluminado pelo poder. Essa frase é de um filósofo cujo nome não me lembro. Mande ele (FHC) descobrir porque tem mais tempo do que eu".

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