São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995 |
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Rincón esquece show e só pensa em ser vencedor
MÁRIO MAGALHÃES
Com um futebol considerado bonito, técnico e ofensivo, ela chegou ao Mundial dos EUA, no ano passado, apontada como uma das favoritas ao título. Fracassou grotescamente, eliminada na primeira fase. Na volta à Colômbia, o jogador Escobar foi assassinado por um torcedor revoltado com o fiasco. O treinador Francisco Maturana, ideólogo do futebol-espetáculo, foi demitido. Foi substituído por seu auxiliar, Hernan Gomez, que chega à Copa América com o desafio de resgatar o prestígio do futebol de seu país. Boa parte dos jogadores que foram à Copa-94 foi afastada. O goleiro Higuita, após cumprir pena por envolvimento num sequestro, retorna ao time. Um dos poucos que sobreviveram ao Mundial foi o meia Freddy Rincon, 28, ex-Palmeiras. Seu discurso não é mais o do espetáculo. ``Quero vencer." Folha - Com Maturana, houve casos de atletas fugindo da concentração e bebedeiras. O que mudou agora? Freddy Rincon - Há mais disciplina agora, o que é muito bom. Folha - Você vê contradição entre jogar bonito e vencer? Rincon - Não. Mas gosto de ganhar sempre. Se jogar bem e ganhar, é melhor. Mas o principal é vencer. Entre jogar bonito e vencer, prefiro vencer. Folha - O que mudou na seleção colombiana para torná-la competitiva? Rincon - No Uruguai, vamos jogar como o futebol uruguaio, competitivos. Nossa característica será a busca da vitória. Folha - Mudou tudo na cabeça dos jogadores colombianos? Rincon - Não. Vamos jogar como os uruguaios, com muita luta, mas nós, colombianos, pensamos em jogar bola, sem pensar muito no adversário. Folha - A Colômbia está no grupo de Brasil, Peru e Equador. Você crê em vitória contra o Brasil? Rincon - A Copa América não é só o Brasil. Também há outras seleções, e todas muitas fortes. Não adianta falar muito, Copa América não é fácil. Folha - A renovação tem feito relativamente bem à seleção brasileira. E à colombiana? Rincon - A questão não é se é bom ou ruim. Ela é necessária. E estamos indo bem. No último amistoso antes da Copa América, contra o River Plate (clube argentino), vencemos por 2 a 0 (gols do próprio Rincon e de Faustino Asprilla). Texto Anterior: Meta é esquecer Copa-94 Próximo Texto: Seleção vive crise dos gols Índice |
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