São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Passarella adia renovação

Treinador opta por escalar jogadores mais experientes

MARCELO DAMATO
DO ENVIADO AO URUGUAI

A seleção da Argentina vai à Copa América com um futebol que não empolga o torcedor. A revolução prometida pelo técnico Daniel Passarella acabou não passando de um ``golpe de Estado".
Mesmo assim, é uma das favoritas para o título, um tricampeonato inédito nesta competição. É a cabeça-de-chave do Grupo C.
Quando assumiu a seleção, após o fracasso na Copa dos EUA (agravado pelo trauma do caso de doping de Maradona), Passarella anunciou duas medidas: renovação da equipe e mais disciplina.
Proibiu brincos e cabelos compridos. Impôs aos convocados a rinoscopia (exame do nariz), para detectar usuários de drogas.
Ainda tinha o polivalente Zanetti (Banfield) e o zagueiro Sorín (Argentino Juniors).
Nessa fase, Passarella chamou apenas duas estrelas que atuavam no exterior: o lateral Chamot, da Lazio (Itália), e o atacante Batistuta, da Fiorentina (Itália).
O último, para jogar na seleção nacional, cortou o cabelo.
As primeiras atuações foram boas, mas logo ficou evidente que faltava mais experiência à equipe.
Exemplo típico foi a escolha do goleiro titular: começou com Carlos Bossio (Estudiantes), passou por Burgos e terminou com Rolando Cristante (Platense), ausente das primeiras convocações.
Por isso, vieram outros remanescentes da Copa-94: Balbo (Roma/Itália), Simeone (Atlético de Madrid/Espanha) e Cáceres (Zaragoza/Espanha).
Passarella ``importou" também Marcelo Espina (Colo-Colo) e Alberto Acosta (Universidad Católica), ambos atuando no futebol chileno.
Mesmo assim, os últimos jogos de preparação mostraram um cenário preocupante.
Foram duas vitórias por vantagem mínima (2 x 1 no Paraguai e 1 x 0 sobre o Peru), como mandante.
Para complicar, Batistuta e Balbo se apresentaram em Salto, Uruguai, com pequenas lesões.
O primeiro tem uma contratura na perna esquerda. O outro, um dedo quebrado em uma das mãos.
Os dois, no que entende o técnico Passarella, não deverão ficar de fora da partida de estréia da Argentina, sábado, contra a Bolívia.
(MD)

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