São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Seleção tenta quebrar tabu

Brasileiros jamais conquistaram Copa América fora de casa

MARCELO DAMATO
DO ENVIADO AO URUGUAI

Depois do tetracampeonato mundial na Copa dos EUA em 94, a seleção brasileira busca uma conquista inédita: vencer a Copa América fora do Brasil.
Os resultados da fase de preparação foram animadores: em nove jogos, oito vitórias e um empate -este, contra Honduras, um dos mais fracos adversários, em uma partida prejudicada por um verdadeiro dilúvio.
Nos amistosos, mesmo obrigado a mudar bastante a lista de convocados a cada partida por conta de acordo da CBF com os clubes (no total, foram testados 55 jogadores), o técnico Zagallo conseguiu manter um padrão de jogo.
Primeiro, o sistema 4-3-1-2 -ou quatro defensores, três meias, um homem de ligação entre o meio-campo e o ataque e dois atacantes-, que fez a equipe voltar a jogar ofensivamente.
Segundo, o meia são-paulino Juninho, inquestionavelmente dono da camisa 10 da seleção, e que corresponde ao ``1" do sistema.
Movendo-se por todo o campo e não fugindo das entradas duras, Juninho tem se mostrado o jogador mais perto do ideal para um torneio como a Copa América.
A seleção tem, ainda, outros pontos fortes. A defesa é comandada pelo zagueiro Aldair.
Os laterais têm características diferentes.
Roberto Carlos, pela esquerda, participa menos da armação, mas apóia mais, com finalizações de meia distância.
Jorginho, pela direita, é melhor nos cruzamentos e na marcação.
No ataque, Zagallo tem problemas por excesso de opção: Sávio, Túlio, Edmundo e Ronaldo.
O ponto fraco do time é o sacrifício exigido ao jogador que ocupa a meia esquerda -atualmente, Zinho.
Ele tem que marcar como volante e avançar mais do que César Sampaio e Dunga. Depois de um tempo de partida, o jogador já se encontra esgotado.
No jogo contra a Inglaterra, por exemplo, apareceu um buraco naquele setor. O técnico Zagallo corrigiu, mas à custa de mudar um pouco o esquema tático.
O outro problema é o gol. O goleiro Danrlei, que substitui Taffarel no dois primeiros jogos, se encontra nervoso na seleção, segundo o próprio treinador de goleiros do time, Wendell. (MD)

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