São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Nova cirurgia evita transplante do coração

DA REPORTAGEM LOCAL

O Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, realizou uma cirurgia inédita que pode evitar o transplante cardíaco. A operação foi realizada na última quinta-feira, dia 29.
A paciente, uma dona-de-casa de 54 anos, deixou ontem a UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A operação, realizada pelos médicos Luis Felipe Moreira e Noedir Stolf, durou oito horas.
A ventriculomioplastia dinâmica redutora, utiliza duas técnicas já existentes.
A primeira é a ventriculectomia, inventada por um médico paranaense. É a retirada de um pedaço da parede do ventrículo esquerdo (uma das quatro cavidades do coração), que reduz seu volume.
O ventrículo esquerdo é o responsável por bombear sangue para o resto do corpo. Se ele está muito dilatado, deixa de desempenhar sua função adequadamente.
Na segunda, envolve-se o coração do paciente com uma ``capa" de músculo retirado de suas costas. Chama-se cardiomioplastia.
As duas técnicas, usadas em conjunto, melhoram a capacidade do coração de bombear sangue. A ``capa" muscular facilita a contração cardíaca.
Segundo os médicos, de 25% a 30% das pessoas que estão na fila de espera por um transplante morrem antes da operação. Há também o risco de o paciente transplantado rejeitar o novo coração.
A dona-de-casa operada no Incor não teve seu nome revelado. Segundo os médicos, ela tinha apenas 50% de chances de sobreviver por mais um ano.
Ontem, ela recebeu a visita do marido. Segundo os especialistas, após a operação, suas chances de sobrevivência aumentaram.

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