São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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Alimento sobe e pressiona inflação

SUZANA BARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez desde o início do ano, os alimentos têm aumento considerável de preço e devem pressionar a inflação.
As tabelas de julho dos supermercados paulistas já trazem altas de 7% a 8% nos preços dos biscoitos. O pão francês subiu 22% nas padarias na semana passada.
Os reajustes não param por aí. Omar Assaf, vice-presidente da Apas (Associação Paulista de Supermercados), diz que a Nestlé reajustou neste mês entre 7% e 8% seus derivados de leite (creme de leite e leites condensado e em pó).
As carnes bovina e de frango, diz Assaf, estão 10% mais caras em julho em comparação a junho.
Wilson Tanaka, presidente do Sincovaga (que representa o varejo de pequeno porte de São Paulo), conta que os preços dos alimentos estão voltando a subir pela primeira vez depois da tentativa infrutífera das indústrias de reajustarem seus preços no início do ano.
Juarez Rizzieri, diretor-presidente da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), conta que a pressão de preços dos alimentos já era esperada para este segundo semestre, devido à entressafra de carne bovina e leite.
``O impacto já deve se refletir nos índices de inflação de julho."
Nos derivados de trigo (pão e bolacha), o aumento é justificado, principalmente, pela alta do cereal no mercado internacional.
Tanaka diz que o setor acha que os alimentos deverão pressionar os preços no segundo semestre.
Segundo ele, durante o primeiro semestre deste ano, alguns fornecedores elevavam seu preço, mas o aumento era compensado pela redução de alguma outra tabela.
Em junho, por exemplo, produtos de limpeza tiveram reajustes de até 15% (caso do papel higiênico), mas todos os derivados de carne tiveram redução de preços.
Neste mês, diz Tanaka, só há reajustes, sem produtos com tendência de queda de preços.
Ainda nos pequenos supermercados, polpas de tomate e vegetais em conserva estão, em média, 10% mais caros neste mês.
Apesar das novas tabelas, os consumidores poderão só perceber alguns reajustes na segunda quinzena, já que há estoque feitos com as tabelas antigas.
Outro fator é que algumas indústrias subiram a tabela, mas estão dando descontos conforme o tamanho da compra. Neste caso, a previsão é que o aumento chegue na segunda quinzena do mês.

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