São Paulo, quarta-feira, 5 de julho de 1995
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"História de Amor" estréia sem inovações

SÉRGIO DÁVILA
DA REVISTA DA FOLHA

"Eu escrevo sempre a mesma novela", disse Manoel Carlos, o autor. "Sem inovações, queremos recuperar o folhetim", disse Ricardo Waddington, o diretor.
Valeu o dito. "História de Amor", a nova novela das seis da Globo, que estreou anteontem, é a mesma novela de sempre.
Era para ser já com "Irmãos Coragem". Nada melhor que o "remake" de um sucesso para deixar claro o desejo de inovar cada vez menos a teledramaturgia da casa. Mas mudou a direção e o estilo de filmagem no meio do jogo, e a emissora não pôde voltar ao tradicional. Com "História de Amor" deve conseguir.
A cena inicial garante que não haverá sustos no decorrer do período: pôr-do-sol, gaivotas, Corcovado e fundo musical de Ivan Lins. O núcleo central é o triângulo amoroso formado por José Mayer, com a excitante profissão de endocrinologista; Carolina Ferraz, estreando como protagonista; e Regina Duarte, no papel que faz melhor, o de Regina Duarte.
Lembra da Raquel Aciolli, de "Vale Tudo"? Pois já no primeiro capítulo de "História de Amor" Regina foi amiga dos feirantes, brigou com a filha-problema e chorou. Chorou duas vezes.
E José Mayer foi o galã honesto, mas dividido em seu amor. Como o Pedro de "Pátria Minha".
E Nuno Leal Maia garantiu o núcleo humorístico com seu personagem machão. Como Tony Carrado em "Mandala" e Bertazzo em "Vereda Tropical".
E a abertura parece aqueles vídeos que recém-casados fazem questão de mostrar logo após a lua-de-mel.
Não, "História de Amor" não é ruim. Manoel Carlos é competente (fez "Malu Mulher"), Waddington é talentoso (dirige "Quatro por Quatro"). Só que a nova novela das seis na Globo não é nova.

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