São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Maturana adota estilo humilde para pegar Brasil

RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

O atual técnico do Equador, primeiro adversário do Brasil na Copa América, lembra muito pouco o Francisco Maturana de um ano atrás, quando comandava os colombianos na Copa dos Estados Unidos.
Na época, ele queria que seus jogadores jogassem o ``futebol-rumba", mas o ritmo atravessou e o time acabou eliminado na primeira fase.
Desde abril à frente da seleção equatoriana, Maturana pede tempo para montar um time competitivo para as eliminatórias da Copa-98.
``No torneio do Uruguai, vou apenas conhecer as possibilidades dos jogadores. Será um laboratório para o melhor módulo tático para o Equador", disse Maturana, 46.
Sobre o Brasil, diz não conhecer o time armado por Mario Jorge Zagallo, mas, desde já, o elogia: ``É o convidado especial."
``Pacho" Maturana foi zagueiro e teve uma breve carreira de dentista antes de se tornar técnico.

Folha - Qual é a diferença entre o Equador e a Colômbia?
Francisco Maturana - Basicamente, muda a qualidade dos jogadores. O colombiano é mais sensível, mais flexível, enquanto o equatoriano é superior fisicamente. Além disso, a Colômbia tem uma identidade na maneira de jogar e o Equador ainda busca isso.
Folha - Você vai montar uma equipe ofensiva?
Maturana - É complicado. A Colômbia tem 10, 15 bons atacantes e o Equador tem um ou dois. Mas vamos fazer um esforço.
Folha - Com a falta de atacantes, vai haver uma exigência maior nos outros setores?
Maturana - Quero mais concentração na marcação. Na Colômbia, relaxávamos um pouco, pois fazíamos muitos gols. Agora, preciso de segurança atrás, porque vamos ter menos chances de gol.
Folha - Você tem um plano a longo prazo no cargo atual?
Maturana - O trabalho de técnico é muito circunstancial. Mas, inicialmente, fico no comando até as eliminatórias para a Copa 98.
Folha - Durante a Copa de 94, você disse que a Colômbia jogaria o ``futebol-rumba". Com que ritmo o Equador vai jogar?
Maturana - Não sei ainda. Só espero que seja divertido para mim e para os jogadores (risos).
Folha - Qual é a pretensão do Equador na Copa América?
Maturana - No Uruguai, vou apenas conhecer as possibilidades dos jogadores. Será um laboratório para o melhor módulo tático para o Equador nas eliminatórias.
Folha - Que jogadores você destaca em sua equipe?
Maturana - O pilar do time é Aguinaga. Depois, temos Capurro, Noriega e Tenorio. Na frente, temos um jogador veloz, mas fraco na finalização: Eduardo Hurtado.
Folha - Que seleção brasileira você espera enfrentar?
Maturana - Não tenho claro com que Brasil vou jogar. Por seu nome, é o convidado especial e, por suas potencialidades, pode formar várias seleções. Não sei o que o Brasil tem para dar, mas sei que será sempre protagonista.
Folha - O que você achou do Brasil na Copa dos EUA?
Maturana - O time venceu nos detalhes. Não foi o Brasil espetacular, mas ganhou com justiça.
Folha - Depois de quase um ano que a Copa passou, como você analisa o desempenho colombiano?
Maturana - Para mim isso faz parte do passado.

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