São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Iraque admite produção de arma biológica com objetivo ofensivo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O Iraque admitiu pela primeira vez ter um programa de armas biológicas com objetivo de ataque, e não como pesquisa para defesa.
Em carta ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Rolf Ekeus, chefe da missão de inspeção dos arsenais iraquianos, afirmou que o governo de Bagdá revelou ter produzido grandes quantidades de armas biológicas.
"O Iraque admitiu pela primeira vez a natureza ofensiva de seu programa de armas biológicas", disse Ekeus. Até agora, o país insistia que o seu programa biológico militar estava restrito à pesquisa e que não havia produzido armas.
Segundo Ekeus, autoridades iraquianas lhe fizeram um relato oral sobre o programa, em visita ao país entre 30 de junho e 2 de julho. As armas produzidas teriam sido destruídas, segundo o relato.
O Iraque revelou que agentes biológicos como as toxinas do botulismo (espécie de intoxicação alimentar) e do antraz (infecção mortal em animais e no homem) foram produzidos entre 89 e 90.
Segundo o Iraque, as armas, planejadas em 1985, foram destruídas em outubro de 1990, antes do início da chamada Guerra do Golfo, que opôs o país a uma aliança liderada pelos EUA.
A guerra começou a partir da invasão do Kuait pelo Iraque, em 1990. Na época, a ONU decretou um embargo à compra de petróleo iraquiano.
A inspeção do programa de armas biológicas é a última etapa de verificação para que o Conselho de Segurança possa considerar a suspensão do embargo.

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