São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Fundação Seade; Procuradores dos pobres; Crítica; Cirurgiões do além; Monopólios; CPI do Sivam; Desemprego; Economia e ciência; Fura; Desindexação

Fundação Seade
``A grave crise orçamentária do governo estadual está pondo em risco uma das principais instituições de pesquisa de São Paulo: a Fundação Seade, da qual está sendo exigido um corte de cerca de 30% de suas despesas. O risco imediato é de um volume expressivo de demissões, comprometendo a qualidade e a produção de dados e análises. Essa instituição é responsável por pesquisas, trabalhos e publicações de larga utilização entre pesquisadores, planejadores, empresários, estudantes etc. Diante desse quadro, duas linhas de ação se impõem. De um lado, a máxima redução de gastos possível, já sendo efetuada pela direção da fundação, com a colaboração dos seus funcionários. De outro, a captação de recursos externos, por meio de convênios, venda de serviços etc., que a instituição está ampliando e que cabe ser apoiada por todos os usuários dos produtos e serviços da Fundação Seade: órgãos de pesquisa, universidades, empresas, associações de classe, além do próprio governo estadual."
Carlos Eduardo Moreira Ferreira, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, José Genoino, deputado federal pelo PT-SP, Boanerges Panão, membro da executiva estadual do PSDB, seguem-se mais 48 assinaturas (São Paulo, SP)

Procuradores dos pobres
``Não conheço o currículo político e ético do professor Boris Fausto. Conheço bem o currículo político e ético e, sobretudo, os hábitos de pensamento e de ação do jurista Fábio Konder Comparato. Entretanto vem-me à cabeça que o professor Fausto pode ter no seu currículo uma fase simpatizante que teria deixado marcas. E nisso não está sozinho. Alguns com essas marcas foram auxiliares diretos do sr. Collor. Muitos outros militam agora ativamente no campo social-democrata neoliberal."
Olavo Cabral Ramos Filho (Rio de Janeiro, RJ)

``Entusiásticos parabéns ao mestre Boris Fausto pelo artigo publicado em 4/7, que desmancha, de maneira veemente e científica, os delírios de certa casta de periféricos do PT. E foi muito bom não generalizar, já que temos incontáveis amigos entre os militantes do PT que merecem o nosso maior respeito pela contribuição que vêm dando ao nosso incipiente pluralismo político."
Modesto Carvalhosa (São Paulo, SP)

Crítica
``Ao contrário do crítico L. A. Giron (Ilustrada, 24/6), ouvi e fiquei impressionado com a beleza do CD do cantor carioca Marcos Sacramento. A heresia não está em Sacramento, mas na própria `modernidade da tradição' enquanto proposta, enquanto paradoxo, enquanto transgressão. Há muito não ouvia trabalho tão sincero e verdadeiro no cenário de mesmice da MPB."
Nei Inacio da Silveira (Rio de Janeiro, RJ)

Cirurgiões do além
``Vimos manifestar o repúdio desta Câmara à matéria publicada neste jornal, em 18/6, intitulada `Cientistas desafiam os cirurgiões do além', que cita nossa cidade como `lugarejo obscuro', o que consideramos uma citação desairosa e ofensiva."
Isael Fernandes, presidente da Câmara Municipal de Jacarezinho e Hélio Machado de Lima, primeiro-secretário (Jacarezinho, PR)

Monopólios
``Agora que a Rede Globo está feliz e que a imprensa conseguiu convencer a opinião pública de que a greve era uma burrice e a defesa dos monopólios estratégicos era uma insensatez, vamos seguir assistindo a classe dominante arruinando o país, sob as batutas do maestro FHC."
José Eduardo Seraphim (São Paulo, SP)

CPI do Sivam
``Vimos cumprimentar a todos do Conselho Editorial pela defesa do interesse público com o artigo `Sivam, CPI urgente' (30/6). Sem dúvida, dessa forma temos a certeza de que o Brasil está se tornando um país sério."
Dorival de Abreu, presidente do PTN -Partido Trabalhista Nacional (São Paulo, SP)

Desemprego
``Os autores de planos ou políticas econômicas recessivos têm por hábito encarar o desemprego como uma variável a mais numa equação qualquer, como uma simples metáfora de linguagem ou um elemento da mais pura abstração na fria, e às vezes cruel, objetividade da ciência econômica. Porém, na realidade social, o desemprego não é uma abstração. Representa a dor, a angústia e o desespero daqueles que se vêem na iminência de ficarem privados de todas as necessidades. Fatos desse triste jaez dificilmente incomodam os responsáveis por políticas econômicas recessivas, porque essas realidades não os atingem pessoalmente."
Gilberto Motta da Silva (Curitiba, PR)

Economia e ciência
``Podemos caracterizar a economia, bem como a estatístico, como ciência. Sendo assim, como Gilberto Dimenstein e Luís Nassif apresentam dados sobre a economia diametralmente opostos? Seria miopia econômica de um dos dois jornalistas ou o leitor não está mais captando tais raciocínios?"
Ubiratã I. M. Mello (Nova Granada, SP)

``Tanto Gilberto Dimenstein quanto Luís Nassif são excelentes. No entanto há mais de um mês eles expõem argumentos conflitantes sobre a fase econômica brasileira. Quando leio um ou outro acho seus argumentos excelentes, quando tento ler outras opiniões não chego a conclusão alguma! Minha situação é como Nassif descreve, mas receio que haja falsa gritaria de empresários e isso traga de volta a inflação."
Cássia Vidigal Ferraz (São Paulo, SP)

Fura
``Em 7/6 fui assunto da matéria `Diretor do la Fura acusa falso integrante', com o subtítulo `Pedro Quesada realizou workshops em SP, identificando-se como diretor do grupo catalão'. Como se pode dizer que me encontro `escondido', se jamais fui procurado em minha casa por qualquer jornalista? O que ficou claro desde do início deste processo é que me propunha a trabalhar elementos do Fura deus Baus, grupo que computo como genial em sua originalidade, mas nem por isso proprietário exclusivo de sua concepção teatral. Técnicas, processos, métodos de um grupo são suas contribuições no processo cultural, não suas propriedades. O período em que estive com o Fura foi incorporado à minha história pessoal. Sinto-me no direito de usar esses métodos, ainda que numa proposta originada em minhas próprias concepções."
Pedro Quesada (São Paulo, SP)

Desindexação
``A classe média assalariada e seus aposentados deram 34 milhÕes de votos a Fernando Henrique Cardoso para fazer a grande reforma que realmente interessa. Aquela que desminta o refrão segundo o qual `os ricos ficam cada vez mais ricos, e os pobres ficam cada vez mais pobres'. Entretanto a recente medida provisória que restringe os salários e as reformas determinadas por FHC e aprovadas pelos deputados parecem estar na linha do `quanto mais as coisas mudam, mais ficam a mesma coisa'."
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

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