São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995 |
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Compra é um ato de bravura do viajante
MARCELO REZENDE
Na cidade tudo está a venda. Do que existe de mais típico, como braceletes e enfeites, até produtos um pouco mais sofisticados. Mas, depois de se acostumar com a velocidade dos vendedores berrando suas mercadorias, o turista é obrigado a entender que nada no lugar possui um preço e que tudo demanda uma negociação. Para os interessados nos belíssimos tapetes do Marrocos, uma lição que deve ser aprendida rapidamente. Os preços geralmente se iniciam acima dos mil dólares e pode, dependendo da capacidade -e paciência- do comprador chegar a um terço do preço inicial. Uma das cenas mais comuns na cidade é ver um vendedor perseguindo um turista que acaba de sair, apavorado, de uma loja. De maneira alguma um marroquino aceita a derrota. Aos consumidores que aguardam a atos de gentileza e refinamento, o melhor é se preparar para cenas de puro desequilíbrio: ``A orgia dos interesses equilibrava-se com os delírios da miséria", como escreveu Flaubert. Sobre a Europa. Texto Anterior: Cidade é refúgio da aventura e do exótico Próximo Texto: Valle Nevado é `ilha' cercada por neve Índice |
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