São Paulo, quinta-feira, 6 de julho de 1995
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Escritores cantam a gastronomia local

Presuntos, queijos e frutas frequentam mesas e livros

CELSO FIORAVANTE
EM GRANADA

Toda a riqueza da Andaluzia, evidente em sua história e cultura, também pode ser sentida em sua mesa, uma das mais ricas de toda a Espanha e cujos sabores já foram cantados por poetas e escritores.
O sevilhano Baltasar del Alcazár, não podendo optar entre três amores, colocou-os todos em quatro versos: ``Tres cosas me tienem preso/ de amores el corazón/ la bella Inês, el jamón/ y las berenjenas con queso".
O presunto cru (jamón), a berinjela e o queijo, citados por Alcazár, são unanimidades nacionais e ingredientes sempre presentes nas ``tapas", canapés encontrados em bares e tabernas, principalmente em Sevilha.
Os três ingredientes, mais azeitonas, batatas, legumes e carnes, como o rabo de touro, são constantes na cozinha de montanha, característica da região de Alpujarra (entre Granada e Almería).
Contraposta à cozinha de montanha, está a cozinha de mar, com seus pescados fritos. Sardinhas, merluzas, camarões e lulas convivem com frutas, saladas e sopas frias, como o gazpacho, especialidade de Málaga.
No século 14, depois de conhecer toda a África do Norte e grande parte da Ásia, o geógrafo marroquino Ibn Battuta percorre a Andaluzia, de Granada a Málaga. Em suas memórias registra a beleza desta última e o sabor de suas frutas, principalmente a romã (granada, em espanhol). ``Las granadas no tienen igual en el mundo", escreveu em suas memórias.
Málaga também cede seu nome ao vinho licoroso local, um ótimo acompanhamento para qualquer refeição, de mar ou de montanha.

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