São Paulo, sábado, 8 de julho de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo ameaça alta de preços com importações

Imposto de Importação do trigo deve cair de 10% para 2%

MÁRCIA DE CHIARA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo ameaça reduzir o Imposto de Importação e a burocracia nas alfândegas sobre os produtos de primeira necessidade para combater as pressões por aumentos de preços. O primeiro da lista deve ser o trigo.
``Sempre que for necessário para garantir o abastecimento, o governo vai estar atento para reduzir a alíquota do Imposto de Importação", afirmou o secretário de Acompanhamento Econômico, José Milton Dallari.
Segundo ele, o governo tem condições de abrir as importações dos produtos de primeira necessidade, sem agravar o déficit da balança comercial (exportação menos importação).
Dallari se reuniu, ontem, em São Paulo, com representantes dos supermercados. Os empresários denunciaram os setores que pressionam por aumentos.
Segundo os supermercados, hoje os focos de alta estão nos produtos de higiene e limpeza (de 2% a 3%), biscoitos e massas (de 5% a 6%), carne (2,5%) e laticínios.
``Vamos chamar os fabricantes de massas e biscoitos e de produtos de higiene e limpeza para explicar os aumentos."
Para o secretário, a alta nos produtos de higiene e limpeza é ``injustificável". A embalagem, apontada pelos fabricantes como fator de alta de custo, teve seu preço reduzido, disse Dallari.
No caso das massas e dos biscoitos, o próprio secretário admite que o preço internacional do trigo saltou de US$ 160 para US$ 200 a tonelada, com a redução na produção mundial.
Mas, segundo Dallari, o governo já estuda a redução da alíquota do Imposto de Importação do trigo, de 10% para 2%. A decisão depende dos ministérios da Fazenda e da Agricultura.
Com relação aos preços da carne bovina, que já subiram 10% no atacado e 2,5% no varejo neste começo de entressafra (período de menor oferta), o secretário aconselhou os empresários a importar o produto dos países do Mercosul. O secretário disse ainda que a população deve reduzir o consumo de carne nos próximos meses.
Dallari voltou a afirmar que não há aumento previsto de tarifas públicas por enquanto.
O saldo da reunião de ontem foi positivo para os supermercados. Até o final do mês, eles vão poder comercializar os medicamentos que já estão em seus estoques. Desde o final de junho, os supermercados foram proibidos de vender remédios.

Texto Anterior: Tendência da balança comercial é boa, diz Malan
Próximo Texto: Pedágio passa a R$ 3,40 no próximo sábado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.